sábado, 22 de agosto de 2015

TENHO QUE RENUNCIAR A FELICIDADE PARA SER RELIGIOSO? - Pujya Gurudevshri Rakeshbai



TENHO QUE RENUNCIAR A FELICIDADE PARA SER RELIGIOSO?

Prédica de Pujya Gurudevshri Rakeshbai



Pujya Gurudevshri Rakeshbhai


Absolutamente, não. Pujya Gurudevshri responde: " Eu não estou pedindo para você desistir da felicidade. Quero apenas mostrar-lhe uma fonte de felicidade maior".

A felicidade é a sua verdadeira natureza. É seu direito ser feliz. A religião ensina a você como ser feliz. Somente se a sua vida é uma festa, se você está cheio de amor e alegria, se você dança com a felicidade você será religioso. Os ignorantes, porém, são incapazes de compreender a essência da religião. Eles não conseguem entender a simples verdade de que a religião significa ser feliz e sua finalidade é espalhar felicidade. Muita incompreensão  prevalece com respeito ao que seja religião.


A Ignorância Acerca do Que Seja Religião

Você abriga a crença de que a religião significa sofrimento, que pode lhe causar algum tipo de dor? Assim como a crença de que a felicidade pode ser alcançada a partir de coisas externas é falsa, a crença de que deve sofrer para chegar a ser religioso e que alcançará a felicidade em outra vida, também, não é verdadeira. "Religião significa sofrimento", se é nisso que acredita, se esse é o seu credo, você deve corrigir-lo, imediatamente, pois, desta forma, ele só criará uma sociedade de masoquistas, enraizada na tristeza. Todas as atividades religiosas que você praticar durante a vida girarão em torno da infelicidade. Idolatrar a infelicidade jamais será religião. Um faquir de nome Zusia estava deitado em seu leito de morte. Alguém lhe perguntou: "Você praticou os votos e observou todas as austeridades corretamente? Você será capaz de encarar a Deus?" Ele respondeu: "Eu conheço Deus muito bem. Ele não é uma pessoa má que irá perguntar: "Quantos dias você permaneceu com fome?" Ele perguntará: "Quão feliz você foi? Em quantas ocasiões você foi capaz de permanecer inalterado diante das situações, gozando da bem-aventurança interior?"" Para quem encontrou ilimitada alegria interior pensamentos de comida e outras coisas supérfluas não mais  o incomodam. Esse é aquele que pratica a verdadeira austeridade. Portanto, admirar um praticante desse tipo de austeridade, honrá-lo com grandes procissões, prostrar-se a seus pés é venerar uma pessoa religiosa. Mas se você adora uma pessoa infeliz... uma pessoa infeliz não é religiosa. Por que, então, honrá-la, idolatrá-la? Na verdade ela deve ser digna de lástima. Elogiando aqueles que são ignorantes, você estará exibindo sua própria ignorância. Acreditando que são pessoas religiosas aqueles que fazem a si mesmos infelizes e tentam promover a infelicidade dos outros, você está associando religião com infortúnio e, com isso, comete um grave erro. A infelicidade é o objetivo da sua vida e na desgraça é onde você acabará.

Seus falsos conceitos sobre religião estão tão fortemente enraizados que você não está disposto a ceder nem uma polegada. Você está disposto a ser infeliz, mas não a mudar sua perspectiva. Você não pode ver uma pessoa religiosa alegre, nem pode aceitar que uma pessoa alegre seja religiosa. Você vinculou a religiosidade com a infelicidade. No entanto, a religião é, sem dúvida, a destruidora maior de todo sofrimento. A religião é a arte que nos leva a um estado de felicidade. Se você se torna religioso, no verdadeiro sentido, inevitavelmente, se tornará alegre. Aquele cuja vida é cheia de alegria é querido pelas almas iluminadas. Essa pessoa é feliz em qualquer circunstância. A característica de uma pessoa religiosa é irradiar alegria.





O Que é Religião?

A religião nos mostra a maior fonte de felicidade. Nos incita a que mergulhemos profundamente dentro de nós mesmos a fim de conhecermos nosso verdadeiro eu. Esta não é uma tarefa complexa; na verdade, é até muito simples. Se você perguntar a uma rosa, no auge de sua exuberância, se o processo de floração foi difícil ela dirá: "Eu não tinha que me tornar um jasmim, por que deveria ser difícil? Eu só tinha que florescer como uma rosa". Florescer é um fenômeno natural. Como pode o que é natural ser complicado? Ser natural é ser normal e ser normal sempre é simples. Religião é para nos trazer de volta a nossa verdadeira natureza. Como pode isso ser dificultoso? Não fique vagando sem rumo por aí. Seu tesouro está escondido dentro de você e você não precisa mendigá-lo em outro lugar. O seu reino está no seu interior, mas o problema é que você teima em procurar riquezas no mundo exterior. Basta que mude a direção de sua busca, que olhe para dentro; sua vida será agraciada com uma transformação radical. Por que você nunca empreendeu  a viagem para seu interior? Você vagueia  longe de si mesmo e o resultado é estar sempre a contar suas misérias. Na verdade  o homem faz preparativos para ir a lua e as estrelas, mas nem cogita de fazer a viagem mais importante, que é para dentro de si mesmo. Você olha e dá atenção a tudo quanto está perto. O seu eu verdadeiro que é o que está mais próximo, você, acredita que está longe, e não lhe dá atenção. A primeira coisa que deve fazer é perceber que ele, dentre todas as coisas, é o que está mais colado a você. Em seguida, você deve esforçar-se para firmar-se nele. Quando as faculdades discriminativas são despertadas e se constata que o mundo externo não pode nos dar a verdadeira alegria a jornada interior começa. Quando tem inicio essa viagem interior você se aproxima do seu eu verdadeiro. E chegando perto do seu eu verdadeiro, estará chegando perto daquilo que nunca irá deixá-lo. Além disso, quando você se volta para seu interior fontes de alegria brotam. Não só estará cheio de alegria, como, também, fará o mundo feliz. A pessoa que é feliz, também faz os outros felizes. É automático. O que pode uma pessoa feliz irradiar senão felicidade, não é mesmo? Se você não se sente, nem vive satisfeito é porque você virou as costas para Deus (para a sua própria alma iluminada). A busca da religião não é escapismo, não é covardia, nem uma questão de impotência ou fraqueza. Se o seu coração transborda de contentamento, saiba que está no caminho da religião verdadeira; e  uma pessoa religiosa permanece sempre pura, alegre exalando perfume e luz onde quer que esteja.


MÚSICAS JAINAS - MARU AAYKHU KHUTE JE GHADIE


MARU AAYKHU KHUTE JE GHADIE





sábado, 15 de agosto de 2015

GANDHI E O JAINISMO


GANDHI E O JAINISMO




Mohandas K. Gandhi, a quem muitos reverenciam como  "O Pai da Índia", não foi um jaina por tradição familiar. Seus pais eram Vaishnavas*. Ele nasceu no berço dessa seita hindu no dia 2 de outubro de 1869, na cidade de Porbandar, no estado de Gujarat. O jainismo tem uma influência muito forte neste estado indiano porque muitos jainistas vivem lá. Crescendo nesta província e sendo sua mãe muito indulgente e religiosa, Gandhi foi constantemente exposto as doutrinas jainas. Embora, posteriormente, ele não tenha sido declaradamente um jaina, em espírito o era, por causa de seus ideais e filosofia. Portanto, pode-se dizer que  Gandhi era e não era um jaina.

Vaishnavas - é um dos principais ramos do hinduísmo. Essa seita é voltada para a adoração de Vishnu.

Como isto pode ser? O princípio do relativismo, Syadvada*, nos permite fazer esta afirmação, aparentemente, contraditória. Gandhi não era um jaina do ponto de vista da tradição religiosa que recebera de seus pais, nem ele mesmo se considerava um jaina. Por outro lado, ele, perfeitamente, poderia ser considerado um jaina se avaliarmos suas crenças e ações. Um exemplo da vida de Gandhi ilustra esse maravilhoso princípio de relativismo na resolução de conflitos. Ei-lo:

* Syadvada - é a doutrina da relatividade do conhecimento. A realidade tem infinitos aspectos que são todos relativos, pois só podemos perceber alguns deles. Uma vez assim, todos os nossos julgamentos, são relativos, condicionais e limitados. Os jainistas gostam de citar a velha história dos seis homens cegos e o elefante (Ler a história no final desta postagem). Os homens cegos colocam suas mãos sobre partes diferentes do elefante e cada um pensa estar descrevendo o animal inteiro. Quase todas as disputas filosóficas, ideológicas e religiosas são, principalmente, devido ao fato de se confundir uma verdade parcial com a verdade total. Nossos julgamentos, também, são sempre baseados em verdades parciais. Essa visão faz com que o jainismo enfatize à que tenhamos mente aberta e tolerante. Ela ensina o respeito pelos pontos de vista dos outros.


Com a idade de 18 anos Gandhi viajou para a Inglaterra a fim de estudar Direito. A mãe de Gandhi estava hesitante em deixá-lo ir porque tinha ouvido falar que os jovens e os homens casados acabavam se corrompendo quando iam para aquele país. Ela, então, consultou Becharji Swami, um monge jaina, para ouvir seu conselho. Este disse que Gandhi deveria fazer um voto solene na frente de sua mãe e em seguida ele poderia ser autorizado a partir. Em sua autobiografia Gandhi narra: "Ela(a mãe) administrou (estipulou as regras) o juramento e eu (Ghandi) prometi não tocar em vinho, mulher e carne". Isso realizado teve a permissão que pretendia. Na Inglaterra a fidelidade de Gandhi ao voto foi testada muitas vezes. Certa ocasião, alguém lhe recomendou que comesse ovos porque ovos não eram carne. Depois de comê-los por algum tempo ele refletiu que na interpretação de sua mãe comer ovos seria o mesmo que comer carne; sendo assim ele estava violando a promessa feita. A partir desse dia já não tornou a prova-los. Isso ensinou o jovem Gandhi a importância de interpretar um voto a partir do ponto de vista de quem o administra, de quem determina o que deve ser feito. 

Como vemos, Gandhi teve a possibilidade de escolher seguir o espírito do voto  ou segui-lo segundo sua interpretação. Ambos os cursos de ação poderiam ter sido tomados, mas para um genuíno compromisso é necessário seguir a essência do voto e não o que nossa interpretação prefere realizar por ser mais cômodo ou confortável. Fazendo isso preservamos a equanimidade. A justiça e a honestidade evitam disputas e conflitos. Gandhi sempre se esforçou  para manter uma atitude imparcial diante dos fatos e é por isso que ele é um jaina em espírito.




O princípio central do jainismo é Ahimsa (não-violência). O princípio central da filosofia de Gandhi, também. Ele desenvolveu um método de ativismo político chamado Satyagraha, que foi inteiramente baseado na verdade e na não-violência (Sat = verdade; Agraha = firmeza). Foi traduzido como "não-cooperação" e "resistência passiva". Gandhi disse: "Satyagraha é essencialmente uma arma da verdade. Um satyagrahi se compromete a não-violência". Ele usou esse princípio no distrito de Kheda quando houve uma quebra de safra. Eis o que aconteceu (o texto abaixo foi extraído do livro Gandhi de Alan Axelrod):

"Naquele ano, Gandhi também deu início ao Satyagraha de Kheda, uma campanha para persuadir o governo a suspender impostos incidentes sobre os lavradores que tentavam sobreviver a uma grave escassez de alimentos que varria o país inteiro. O governo ameaçava os camponeses que conseguiam pagar os impostos com execução da dívida e perda da terra. Gandhi convenceu todos os camponeses a se recusarem a pagar o imposto e, quando o governo ameaçou apreender o cultivo, os camponeses, sob a orientação de Gandhi, fizeram a colheita antes que o governo pudesse lhes tomar a produção. Finalmente, em junho, o governo propôs um acordo segundo o qual os camponeses que tivessem condições de pagar o imposto o fariam voluntariamente, enquanto os que não tivessem condições receberiam permissão de suspender o pagamento. O próprio Gandhi não ficou plenamente satisfeito com o resultado, já que acreditava que ninguém precisaria pagar impostos em uma época de escassez de alimentos. Mesmo assim a campanha teve profundo efeito sobre os lavradores, despertando-os para o poder da desobediência civil."

Por aí vemos que em vez de tumultos e violências os agricultores agiram de forma civilizada e não-violenta, por isso o governo não teve escolha senão ceder. Essa vitória demonstrou o poder da verdade e da Ahimsa que Gandhi tinha instigado nas pessoas.




Como um jaina Gandhi, também foi um vegetariano. Na verdade, ele se tornou um "fruitarian" completo e vivia de uma dieta puramente a base de frutas. Sua alimentação consistia, entre outra coisas, de amendoins, bananas, limão, azeite de oliva, tomates e uvas. Ele evitava, completamente, o leite, cereais, legumes entre outras coisas. Isto prova o quão fortemente ele acreditava  na  Ahimsa. Toda a sua autobiografia foi dedicada a ela. No livro escreve: " O exercício [de escrever minha autobiografia] me deu inefável paz de espírito, porque tem sido minha grande esperança que através dela eu possa levar a fé - na Verdade e na não-violência - aos indecisos." 




Gandhi acreditava nas doutrinas jainas, sem dúvida nenhuma, e estas o ajudaram a alcançar a grandeza.

(Texto compilado de um ensaio escrito para a Jain Society of Greater Detroit)



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Mahatma Gandhi e o Jainismo

Por Mahaveer Sanglikar



Ghandi

Mohandas Karamchand Gandhi nasceu em Gujarat, um estado da costa oeste da Índia. Por conta do jainismo Gujarat tem uma rica história. O Tirthankara 22 - Aritthanemi - que era primo de Krishna, promoveu o jainismo nesta região há cerca de 10 séculos a.C. Nesse mesmo território grandes governantes, como Kumarpal, deram patrocínio real para a religião jaina. Gujarat foi, também, berço de proeminentes ascetas como Acharya Hemachandra, Acharya Sheel Gun Sooi, Shrimad Rajchandra, Kanaji Swami e outros.

Gujarat e seu povo sempre receberam influência do jainismo. Mahatma Gandhi, também. Ele foi influenciado pelo ambiente em que nasceu e cresceu, por sua mãe Putalibai que apesar de não ser jaina, adotava, em sua vida prática, muitos aspectos dessa doutrina e por sua amizade com o grande filósofo Shrimad Rajchandra.


Gandhi nasceu em Modh Vanik  uma comunidade de comerciantes. Esta comunidade é influenciada pelo jainismo há muitos séculos. Muitos modh vaniks contribuíram na promoção do jainismo e, ainda hoje, existem muitos jainas desta comunidade. Embora a maioria da população, atualmente, seja Vaishnavites (seguidores ou adoradores de Vishnu), uma grande percentagem de modh vaniks eram seguidores do jainismo até passado recente.



Influência de Putalibai (mãe de Gandhi)


Putalibai ( mãe de Gandhi)

Recebemos muitas informações sobre a influência do jainismo sobre Gandhi em sua autobiografia e em suas biografias. Ele nasceu no dia 2 de outubro de 1869 em uma família Vaishnavite na cidade de Porbandar. Ele não era jaina de nascimento, mas sua mãe reputava muito o jainismo. O monge jaina Becharji Swami era conselheiro espiritual dela. Quando jovem - aos 18 anos - Gandhi decidiu ir para a Inglaterra estudar Direito; Bechar Swami aconselhou Putalibai à que Gandhi  fizesse votos. Assim, Gandhi prometeu não comer carne, não tomar bebidas alcoólicas e não tocar em mulher.


Influência de Srimad Rajchandra




Shrimad Rajchandra

O famoso filósofo Shrimad Rajchandra era um dos melhores amigos de Gandhi. Rajchandra era um gênio, tinha um perfeito conhecimento da filosofia jaina. Quando Gandhi estava na África do Sul, ele enviou um longo questionário para Shrimad Rajchandra. O questionário tinha 27 perguntas que foram, prontamente, respondidas pelo amigo. Será interessante saber algumas das perguntas feita por Gandhi:

- O que é a alma? Nossas ações passadas impedem o nosso atual progresso espiritual?


- O que é Deus? Ele é o criador do Universo?


- O que é Moksha?


-Todas as religiões se originaram dos Vedas?


- Será que se acumula algum mérito pelo sacrifício de animais? (Algumas religiões utilizam o sacrifício de animais como forma de adoração)


- O que você acha do cristianismo?


- Pode alguém, verdadeiramente, se lembrar de suas vidas passadas ou ter uma ideia de vidas futuras?


- O que irá, finalmente, acontecer a este mundo?


- Será que no futuro o mundo será moralmente melhor?


- Existe tal coisa - a destruição total do mundo?


- Se uma serpente está prestes a morder-me, devo me permitir ser mordido ou devo matá-la, supondo que essa seja a única maneira de salvar-me?



Gandhi admite em sua autobiografia ter sido muito influenciado pelos pensamentos de Shrimad Rajchandra. Ele pôs Rajchandra em posição número um com relação as três grandes personalidades que marcaram sua vida e seu pensamento. Os outros dois foram Ruskin e Tolstoy.


Influência Geral do Jainismo Sobre Gandhi 



Gandhi adotou todos os cinco votos do jainismo para leigos com extrema fidelidade. Esses votos incluem: não-violência, veracidade, não roubar, desapego e celibato.


Mas, além disso, ele parece ser um verdadeiro jaina quando vemos sua bravura. Nós não vemos, nenhum caso em que se comportava como um covarde em seus movimentos. Ele foi, no decorrer de sua vida, sem uma arma, um homem corajoso.

Outra grande influência do jainismo em Gandhi foi a simplicidade e o código de vestimenta. Ele vestia-se, apenas, com roupas essenciais feitas de algodão, de cor branca. Uma indicação clara da influência da vida ascética jaina.


Como sabemos, os monges jainas não usam veículos e andam por todos os lugares com os pés descalços. Embora Gandhi usasse veículos ele é famoso por suas marchas a pé. Essas marchas foram, claramente, adotadas a partir dessa prática dos monges jainas.

É por isso que nós podemos dizer que ele era um verdadeiro jaina.


Contribuição de Gandhi Para o Jainismo

A maior contribuição de Gandhi para o jainismo foi, ele fez dos princípios jainas uma prática de vida. E ele aplicou esses princípios envolvendo toda a população indiana. Podemos dizer que ele foi o primeiro homem a aplicar os princípios jainas nos movimentos sociais e políticos.



Frases de Gandhi

"Nenhuma religião do mundo explicou o princípio da não-violência tão profundamente e de forma sistemática - com sua aplicabilidade na vida - como o jainismo. Bhagwan Mahavira, com certeza, deve ser respeitado como sendo a maior autoridade sobre a não-violência."

"Eu digo com convicção que a doutrina que glorifica  o nome do Senhor Mahavira, nos tempos atuais, é a doutrina da Ahimsa. Se alguém praticou e propagou em toda a sua extensão a doutrina da Ahimsa foi o Senhor Mahavira."


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OS CEGOS E O ELEFANTE

Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Como os seus conselhos eram sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas recorriam à sua ajuda. Embora fossem amigos, havia uma certa rivalidade entre eles que, de vez em quando, discutiam sobre qual seria o mais sábio.


Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar sozinho numa caverna da montanha. Disse aos companheiros:

- Somos cegos para que possamos ouvir e entender melhor que as outra pessoas a verdade da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí discutindo como se quisessem ganhar uma competição. Não aguento  mais! Vou-me embora. No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num enorme elefante. Os cegos nunca tinham tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele.

O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou:

- Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar nos seus músculos e eles não se movem; parecem paredes...

- Que palermice! - disse o segundo sábio, tocando nas presas do elefante. - Este animal é pontiagudo como uma lança, uma arma de guerra...

- Ambos se enganam - retorquiu o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante. - Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia...

- Vocês estão totalmente alucinados! - gritou o quinto sábio, que mexia nas orelhas do elefante. - Este animal não se parece com nenhum outro. Os seus movimentos são bamboleantes, como se o seu corpo fosse uma enorme cortina ambulante...

- Vejam só! - Todos vocês, estão completamente errados! - irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante. - Este animal é como uma rocha com uma corda presa no corpo. Posso até pendurar-me nele. E assim ficaram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido por uma criança. Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tacteou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou:

- É assim que os homens se comportam perante a verdade. Pegam apenas numa parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!"

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

SHRIMAD RAJCHANDRA - II


SHRIMAD RAJCHANDRA



Shrimad Rajchandra nasceu em 1867 no dia do Kartiki Purnima (dia de lua cheia do primeiro mês - kartik - do calendário lunar indiano em uma pequena cidade chamada Vivania (perto de Morbi em Gujarat). Ele teve pouca educação formal, porém era possuidor de uma memória excepcional. Como autodidata aprendeu as complexas Escrituras  num curto espaço de tempo. Infelizmente sua vida foi muito breve. Tinha 33 anos quando faleceu, em 1901.

Shrimad Rajchandra foi um escritor prolífico. Em vida escreveu muitos poemas espirituais clássicos, anotações diárias e quase 1.000 cartas para seus associados. Estas cartas são um tesouro espiritual. Ele tinha habilidades incomuns e muitas outras sobrenaturais: 


- por ter um raciocínio rápido  era capaz de fazer poemas sobre qualquer assunto, a qualquer momento e instantaneamente, 

- tinha uma memória prodigiosa e um sexto sentido altamente desenvolvido
- fazia previsões astrológicas acertadas
- lia livros apenas pelo toque cego
- tinha um incomparável conhecimento das Escrituras
- sua inclinação espiritual desde tenra idade era surpreendente 
- sua percepção extra-sensorial era muito elevada
- possuía o conhecimento de suas vidas anteriores

A pedido do governo - do então Juiz da suprema Corte Britânica e  outros oficiais superiores - ele demonstrou publicamente suas habilidades notáveis. Ele teve um excelente desempenho em todas as tarefas que lhe foram solicitadas. Faziam-lhe perguntas ou levantavam questões difíceis, ele respondia a tudo com desembaraço. Escolhiam determinado tema e era capaz de criar um poema de imediato. Nos jogos de entretenimento era capaz de jogar vários ao mesmo tempo, etc. Todos os jornais nacionais e os grandes meios de comunicação da época saudaram-no conferindo-lhe o título (deusa do conhecimento encarnado (Sakshat Sarasvati). Apesar desta grande publicidade e as ofertas para visitar a Inglaterra e a Europa (mostrar ao mundo as suas habilidades incomuns, certamente, lhe confeririam grande fama e fortuna) Shrimad Rajchandra, com apenas vinte anos, preferiu concentrar-se em seu progresso espiritual. Essa sua posição era a certeza de que estava acima do nome, da fama  e da riqueza.



Os ensinamentos de Shrimad Rajchandra enfatizam amplamente a necessidade absoluta de existir alguns fatores para alcançar a salvação. Ei-los:

- Sadguru* - guru

- Satsang* - associação com um Sadguru e pessoas nobres
- Anekantvad - tolerância para com pontos de vista diferentes
- Ahimsa - não violência
- Vairagya - desapego do mundo material e dos vícios

* Sadguru ou Satguru significa verdadeiro guru ou verdadeiro mestre. O título significa que os estudantes têm fé que o guru é confiável e que os guiará até a libertação (Moksha). Este conceito é baseado em uma longa e importante linha de conhecimento e entendimento de todas as religiões indianas - que o mestre ou guru é um sagrado guia para a autorrealização.


* Satsang ou Satsanga ou Satsangam - significa "em companhia da verdade". É um encontro que visa criar um ambiente propício para a meditação e outras práticas espirituais. Normalmente envolve ouvir ou ler as Escrituras, refletir, discutir e assimilar seu significado, trazendo-o para a vida diária.


Shrimad escreveu sublimes poemas espirituais. Dentre eles estão:


- Apurva Avsar

- Mul Marag
- Ele Prabhu
- Yam Niyam
- Jad Chetan

Shrimad, também, escreveu, em prosa, livros que versavam sobre as Escrituras:


- Atmasiddhi Shastra

- Moksha Mala
- Bhavna Bodh


Mahatma Gandhi chegou a conhecer pessoalmente Shrimad Rajchandra e foi este que o influenciou no movimento da não-violência. Gandhi mencionou, muitas vezes, em sua autobiografia a figura desse ser iluminado.

Mesmo Shrimad Rajchandra trabalhando com o negócio de jóias em Mumbai (cidade capital da Índia, situada no estado de Maharashtra. Também conhecida como Bombaim, que foi seu nome oficial até 1995) ele, frequentemente ia para Idar (uma cidade indiana) e pequenas aldeias de Charotar (em Gujarat) para realizar suas práticas espirituais (sadhana) em lugares solitários. Ele inspirou muitas pessoas, incluindo sadhus, santos, sadhaks e chefes de família. Milhares de devotos jainas, ainda hoje, são inspirados e beneficiados com os escritos de Shrimad Rajchandra. Há mais de 50 instituições (ashrams) estabelecidas em seu nome a fim de que aspirantes estudem e vivam por lá progredindo em sua auto realização.



Carinhosamente, os devotos chamam Shrimad Rajchandra de "Param Krupalu Dev" significando que ele é o guru espiritual sempre compassivo. Shrimad minimizou as pequenas diferenças entre as várias facções e subdivisões do jainismo e explicou a doutrina de Vardhamana Mahavira na sua verdadeira perspectiva.


PARA LER MAIS A RESPEITO DE SHRIMAD RAJCHANDRA ACESSE:

EU SOU JAINA: SHRIMAD RAJCHANDRA - I



domingo, 2 de agosto de 2015

PUJYA GURUDEVSHRI RAKESHBHAI - PARTE I



PUJYA GURUDEVSHRI




TEXTO EXTRAÍDO DO BLOG "SHRIMAD RAJCHANDRA MISSION DHARAMPUR"

Infância 
[1966 - 1973]



Pujya Gurudevshri, esta alma autorrealizada, cuja vida é dedicada, exclusivamente, à emancipação de si mesmo e do seu semelhante, nasceu no dia 26 de setembro de 1966 em uma família Jaina Svetambara Murtipujak. Sua mãe chamava-se Smt. Rekhaben e seu pai Shri Dilipbhai Jhaveri. O menino nasceu prematuramente, no oitavo mês de gravidez. Embora ele fosse fisicamente fraco, foi abençoado com imensa força interior e a determinação de iluminar o caminho para a espiritualidade.


Deram-lhe o nome de Rakesh. De seus nascimentos anteriores, Rakesh trouxe consigo uma bagagem de grandes realizações espirituais  que se manifestaram na forma de inegáveis qualidades divinas; qualidades que o levaram, desde o momento de seu nascimento, a inúmeras experiências místicas. Esses sinais de divindade foram, claramente evidentes para a família e os amigos. Com apenas quatro anos de idade costumava cair, por longo tempo, em meditação profunda e envolver-se em conversas com seu pai sobre questões pertinentes. Debatiam, por exemplo sobre a discriminação do espírito -  as diferenças que há entre o Eu verdadeiro e o não eu. Ficava notório  que ele não era uma criança comum, mas uma alma que havia alcançado degraus superiores e, agora, destinada a ser um guia espiritual.



Entrega a Shrimad Rajchandra
[1974 - 1982]


Rakesh contava apenas oito anos de idade, quando casualmente pegou um livro onde havia estampa de Param Krupalu Dev Shrimad  Rajchandraji. Pela primeira vez em sua vida via a imagem daquele ser iluminado. Imediatamente o menino entrou em transe e permaneceu nesse estado por três dias consecutivos. Memórias de eventos e ocorrências de vidas passadas inundaram sua mente levando-o para junto de Shrimadji. De imediato, o reconheceu como seu guru e, por completo, rendeu-se a Seus pés de lótus.


A partir dali seus esforços rumo a espiritualidade ganharam um novo e inquebrantável impulso. O menino, com frequência caia em meditação e sentia uma energia superior o envolvendo. Esse carisma atraiu muitos estudiosos e monges santos. Rakesh e esses mestres envolviam-se em discussões profundas sobre a espiritualidade. Nessa época ele ainda não tinha estudado as Escrituras, nem era versado no idioma gujarati. No entanto, sem ter conhecimento prévio de determinados assuntos, ouvia as perguntas e as respostas já estavam na ponta da língua; ele era capaz de resolver dúvidas que diziam respeito a temas complexos de filosofia e religião. Suas respostas eram precisas e convincentes até mesmo para os estudiosos mais eruditos.


Sua capacidade de prever o futuro levou muitas pessoas a se aproximarem dele para assuntos mundanos. A princípio por compaixão ele prontificava-se a atender as pessoas, no entanto o seu interior não estava satisfeito com isso. Por fim ele preferiu retirar sua atenção desses seus poderes excepcionais e concentrar-se, exclusivamente em seus esforços espirituais. 

A partir de 1977, bhakti-satsang* foram organizadas com regularidade e, gradualmente, foi se formando uma congregação. Foi a partir daí que a prática de se dirigirem a ele como "Gurudev" começou. Por um lado este "menino" continuou seus estudos na Activity High School, em Mumbai; por outro lado, sua maturidade espiritual conduziu inúmeras pessoas a trilharem a senda da divindade.


* bhakti-satsang - é um encontro que visa criar um ambiente propício para meditação e outra práticas espirituais promovendo a devoção e o desenvolvimento interior. Refere-se, também a um ambiente que é propício para experimentar a presença de Deus.


bhakti = devoção

satsang significa "em companhia da verdade"
sat = verdade
sang = companhia



Estudo Intenso e Sadhana
[1983- 1987]

"O que o meu guru espera de mim?" esta era a pergunta que queimava dentro Pujya Gurudevshri e ele ansiava por uma solução. O que o seu guru Shrimad Rajchandra pretendia dele uma vez que a sua ajna - sua experiência mística com o mestre  - havia sido tão impactante e de suma importância? Este desejo tornou-se tão intenso que, um dia, em Jaipur, Pujya Gurudevshri observou completo silêncio, se alimentou apenas com leite e ofereceu 10.000 Khamasamans (ajoelhar-se com a cabeça tocando chão) nos pés de Lótus de Shrimad, até que ele recebeu a resposta para sua pergunta. Foi na conclusão de seus exames ICSE em 1983, no dia auspicioso do Akshaya Tritiya que ele declarou sua resolução de dedicar o resto de vida à busca e disseminação da espiritualidade. Ele decidiu dedicar sua vida a causa mais elevada, abraçou o celibato e renunciou a vida profissional e social.


Pujya Gurudevshri passou um ano e meio, nas cavernas de Hampi, no sul da Índia, imerso em profundo recolhimento. Sentava-se na postura de lótus (padmasana) por horas a fio. Depois de 1984, ele passou meses na solidão em lugares sagrados como Palitana, Idar, Mount Abu, Dumas, etc. envolto em silêncio, estudo e meditação.


Estudava as obras literárias de Shrimad Rajchandra, ao mesmo tempo que se debruçava nos estudos das Escrituras jainas Svetambara e Digambara e nos estudos de sânscrito, lógica, filosofias indianas, yoga, astrologia, música clássica indiana, etc. Nessa época ele observava silêncio durante doze horas diárias. Observava completo silêncio, também,  durante três dias consecutivos, no final de cada mês, permanecendo absorvido no êxtase do Ser. Essa prática perdurou durante os doze anos e meio que se seguiram. 


Excelência Acadêmica 
[1988 - 1998]

Pujya Gurudevshris, também, se destacou na frente acadêmica. Graduou-se com distinção como aluno externo de Osmania Universidade de Hyderabad, em 1988. Um ponto interessante a ser observado aqui é que ele completou todos os três anos do curso de Bacharelado em Artes em apenas três meses.


Seu brilho extraordinário revelou-se, novamente, em 1991 durante a sua pós-graduação. Ele ganhou medalha de ouro no curso Master of Arts em Filosofia pela Universidade de Mumbai.


A Universidade de Mumbai  conferiu o grau de doutorado, habilitando o Dr. Rakesh Jhaveri, no dia 2 de dezembro de 1998. No entnto, apesar de ganhar muitos elogios de todos, o foco único de Pujya estava em seu guru. Na mesma noite em que ele obteve seu diploma, colocou-o aos pés de lótus de seu amado Mestre. Seu desinteresse pelas coisas mundanas ficaram evidentes quando decidiu não usar o prefixo "Dr." antes do seu nome. Pujya Gurudevshri permaneceu totalmente desapegado do mundo e, inteiramente, absorvido em sua vocação espiritual.


Posteriormente, sob a orientação do renomado professor Dr. Ramanlal Shah, Pujya Gurudevshri, após extensa pesquisa escreveu um tratado  sobre a melhor criação literária  de Shrimad Rajchandra, que foi o  Shri Atmasiddhi Shastra.


Fundação do Ashram*
[1999-2001]

* Ashram - na antiga Índia, era um eremitério hindu onde os sábios viviam em paz e tranquilidade no meio da natureza. Hoje, o termo "ashram" é, normalmente, usado para designar uma comunidade formada intencionalmente com o intuito de promover a evolução espiritual dos seus membros, frequentemente orientado por um místico ou líder religioso.

As virtudes piedosas de Pujya Gurudevshri, sua personalidade multifacetada, o seu amor sem limites, seu discurso simples mas eficaz, concorreram à que ele tivesse um rápido e progressivo número de admiradores. Para organizar as diversas atividades espirituais deste grande aumento de devotos, como decorrência natural, ele inspirou a formação da Fundação "Shrimad Rajchandra Adhyatmik Satsang Sadhana Kendra" em 1994. As prédicas de Pujya Gurudevshri - derivados de sua profunda experiência do Ser - e suas outras múltiplas atividades voltadas para a religião foram as forças propulsoras que permitiram a esses devotos e discípulos progredirem no caminho da libertação.


A fim de proporcionar um ambiente propício para o progresso espiritual deles, com as bençãos de Pujya Gurudevshri, uma comissão foi formada com a finalidade de selecionar um lugar adequado para o Ashram. A abençoada terra de Mohangadh Hill, localizada na periferia de Dharampur, distribuídas em 223 hectares, foi escolhida. Isso deu-se no dia 13 de maio de 1999. A partir daí a construção do Ashram teve início.


Em 2001, no dia auspicioso do Mahavira Jayanti, a compaixão altruísta de Pujya Gurudevshri inaugurou o glorioso  Shrimad Rajchandra Ashram Dharampur. Desde a sua criação, o Ashram é abençoado com a presença augusta de Pujya durante aproximadamente 15 dias a cada mês. No Ashram vários rituais de adoração (Mahotsavas) são celebrados, retiros espirituais e de meditação (shibirs satsangs) são realizados, bem como outras atividades onde a essência da religião é transmitida numa linguagem simples, que toca o coração. Milhares de aspirantes se reúnem ali para se beneficiar com essas atividades, absorver os ensinamentos e elevar-se.


Difundindo a Missão
[2002 - 2014]

Uma vez  criada uma base forte no Ashram, era hora de abrir as asas da Missão, levando a mensagem de Shrimad para todos.
Ele trabalhou incansavelmente para isso.


O amor sem limites de Pujya Gurudevshri e sua abordagem prática em relação à religião têm atraído e inspirado vários jovens para tomar o voto de celibato e entregar suas vidas a Missão. Conhecidos como Atmarpits* (renunciantes devotos) esses aspirantes são engajados em Sadhana e Seva. Com a orientação de Pujya Gurudevshri eles têm nos ombros a responsabilidade da administração do Ashram.

* Atmarpits - é um grupo de devotos que fizeram voto de celibato e optaram por levar uma vida de Sadhana (exercício espiritual) e Seva (serviço desinteressado). Sob a direção de Pujya Gurudevshri eles progridem em direção a sua meta de renúncia completa para tornarem-se monges ou monjas.

O início da tradição de iniciar Atmarpits ocorreu no ano de 2002. Pujya Gurudevshri escolheu a data de seu aniversário - 26 de setembro - para celebrar esse evento. A cada ano, nesse dia, aspirantes entusiastas adotam o caminho abençoado Atmarpit de vida. Até o ano de 2014 o Ashram contava com 80 Atmarpits.


Em 2010 no dia auspicioso do Guru Purnima (festival dedicado aos mestres espirituais e acadêmicos. Este festival é tradicionalmente comemorado por jainistas, hindus e budistas para prestar homenagens aos professores e expressar sua gratidão) Pujya Gurudevshri introduziu a Panchdiksha Vikasyatra* (instruçoes  para a iniciação espiritual). Ele fez uma analogia entre  as fases do crescimento de uma árvore e o crescimento espiritual. As etapas para o crescimento espiritual são: Beejam, Ankuram, Parnam, Pushpam e Falam.

Espiritualidade Para a Juventude - A visão ampla de Pujya Gurudevshri, o seu pensamento progressista e sua habilidade natural de se relacionar incentiva os jovens a abraçar a religião como um modo de vida. Seu entusiasmo absoluto levou a formação do Shrimad Rajchandra Youthwing*. Sua cativante disposição e atitude alegre também conquistam os corações de milhares de crianças.

Shrimad Rajchandra Youthwing (SRY) - tem como objetivo primordial ajudar de forma significativa os jovens a se conectar com o Divino através de peregrinações espirituais, oficinas, atividades de serviço comunitário, atividades  humanitárias e celebrações religiosas. O esforço dos jovens estende-se, também,  a realização de atividades que visam defender causas elevadas através dos meios de comunicação. Cada membro da SRY desempenha um papel fundamental na organização de vários eventos do Ashram.




Sua cativante disposição e atitude alegre, também, conquistam os corações de milhares de crianças. Ele inspira e modela suas mentes e corações  através de cursos espirituais, incentivando o auto desenvolvimento sob a bandeira da Shrimad Rajchandra Divinetouch*.

* Shrimad Rajchandra Divinetouch (SRD) - é uma jornada do despertar interior para as crianças. Como as crianças são o porvir, a SRD leva-as a uma viagem divina, moldando o seu caráter, assegurando o seu desenvolvimento  moral e espiritual, permitindo que elas floresçam para o seu pleno potencial. A SRD é uma iniciativa que visa inspirar e permitir que esses seres de tenra idade vivam uma vida mais rica e significativa, em linha com os ensinamentos das almas iluminadas. A SRD está estruturada em três programas: Magictouch, Arhat Touch e Spiritualtouch projetados, especificamente, para os diferentes estágios de desenvolvimento na vida de uma criança - começando com a infância, passando para os anos pré-adolescentes e culminando na adolescência.

O Seva (serviço desinteressado) de Pujya Gurudevshri - O coração compassivo de Pujya Gurudevshri abriga o desejo de que todos os seres atinjam a felicidade eterna através dos ensinamentos gloriosos de Shrimad Rajchandra. Sendo esse seu sentimento e desejo profundo, como ele pode suportar ver a miséria de outro ser vivo?


Como decorrência natural de sua empatia ele plantou as sementes de vários projetos para minorar o sofrimento físico, mental e financeiro de muitas pessoas. Em 2003 ele estabeleceu o Hospital Shrimad Rajchandra em Dharampur para fornecer ajuda médica especializada aos necessitados. Já o  Projeto de Saúde Rural Shrimad Rajchandra tem a finalidade de estender as atividades médicas as famílias desfavorecidas residentes ao redor de Dharampur. Através de projetos complementares milhares de pacientes carentes e portadores de deficiências físicas, recebem toda a assistência necessária gratuitamente.

Para prestar assistência educacional as crianças tribais uma escola residencial foi adotada em Tamachhadi, em Gujarati, em 2004. A partir daí a escola, passou a se chamar Shrimad Rajchandra Vidyavihar.


O amor de Pujya não se limita, somente, aos seres humanos. Ele criou o projeto Shrimad Rajchandra Jivamaitridham. Exemplificando a doutrina da não violência (ahimsa) de Vardhamana Mahavira, após o bhoomi pujan (cerimonial de adoração a terra antes do início de algum trabalho ou construção naquele terreno. Esse cerimonial é bastante comum e realizado por outras religiões indianas) foi construído um abrigo para vacas chamado Shrimad Rajchandra Gaushala.


Dez anos após a inauguração do Ashram, com o  fim de expandir as atividades empreendidas dos seu serviço desinteressado (seva) e para dar-lhe uma forma mais concreta, Pujya Gurudevshri lançou o Programa Shrimad Rajchandra Amor e Cuidado. Programa esse que visa cuidar e proteger o meio ambiente e proporcionar melhor qualidade de vida para as pessoas e animais.

Difundindo a Missão a Nível Mundial - A compaixão transbordante de Pujya Gurudevshri  não espera que os necessitados ou as pessoas, de modo geral, o procurem; em vez disso ele é quem vai ao encontro delas. Por ter abraçado o caminho da libertação eterna, proposta pelos jinas, ele procura propalar esse caminho aos seus semelhantes. Para tanto já realizou várias dharmayatras (peregrinações espirituais) por toda a Índia e, também, em outros países.


A religião da equanimidade foi explicada em sua verdadeira forma por ele. Na índia visitou cidades como Ahmedabad, Rajkot, Kolkata, Bangalore, Chennai, Pune, Nagpur e Bharuch. No exterior os países que foram abençoados com sua presença foram EUA, Canadá, Reino Unido, Bélgica, África do Sul, Quênia, Uganda, Tanzânia, Emirados Árabes Unidos, Omã, Cingapura, Hong Kong, Malásia, Tailândia, Japão e Sri Lanka.

Pujya Gurudevshri com Outros Líderes espirituais - A mente aberta e o coração amoroso de Pujya Gurudevshri levaram-no a reuniões com renomados santos contemporâneos e líderes espirituais como Pujya Sri Sri Ravi Shankar, Pujyashri Pramukh Swami, Pujyashri Morari Bapu, SS o Dalai Lama, Pujyashri Baba Gurinder Singh, Late Dadi Prakashmani, Dadi Janki, Gurumaa Anandmurti, Pujya Rishi Prabhakarji, Pujya Ramdev Baba, Pujyashri RAmeshbhai Oza, Pujyashri Sharadbhai Vyas, Pujyashri Bhupendrabhai Pandya e Swami Shri Pujya Tadrupanand Saraswati. Várias dessas personalidades já visitaram o Ashram (Shrimad Rajchandra Ashram Dharampur). O comportamento afetuoso de Pujya Gurudevshri, também formou laços de amizade com várias outras organizações dedicadas à Shrimad Rajchandra em Koba, Sayla, Kukma, Ahmedabad,  Raikot, etc.




NOSSO BAPAJI

Estas páginas servem para mostrar apenas lampejos da vida exterior de Pujya Gurudevshri. Tentar entendermos o seu estado interno seria como tentar entendermos a imensidão do céu achando que fosse possível colocá-lo na palma de nossa mão. É humanamente impossível compreender a magnanimidade de suas realizações espirituais e a profundidade de sua compaixão incondicional. Refletirmos sobre o êxtase de sua autorrealização está muito além da capacidade de nossa mente. Para fazermos um relato de suas inúmeras características divinas, as palavras ficam aquém.  


O segredo por detrás de seu estado espiritual elevado e seus esforços intermináveis para elevar os seres deste mundo pode ser atribuído a uma entidade divina, Shrimad Rajchandra e sua devoção inabalável para com ele. Cada pensamento, cada palavra, cada ato, toda a existência, de fato, de Pujya Gurudevshri é, abnegadamente e exclusivamente, dedicada aos pés de lótus de seu guru. Suas reflexões sobre a missão de sua vida foram reveladas, na ocasião da inauguração do Ashram - ele afirmou sua rendição incondicional a Shrimad Rajchandra. Suas palavras foram: "Eu rezo à Param Krupalu Dev (Shrimad Rajchandra) que cada sopro de vida, cada batida do coração, cada gota de sangue, cada gota de suor possa ser gasto em obedecer seu ajna e em espalhar seu nome e está missão".


Shrimad Rajchandra e o templo Shrimad Rajchandra Ashram Dharampur


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Shrimad Rajchandra Mission Dharampur