terça-feira, 26 de abril de 2016

A PRESENÇA MILAGROSA DO MESTRE - Pujya Gurudevshri Rakeshbai


A PRESENÇA MILAGROSA DO MESTRE



Shrimad Rajchandra e Pujya Gurudevshri Rakeshbai 


O que acontece quando o discípulo se encontra com o Mestre (Guru)? Por que a partir daí o discípulo vê mudanças em seu estilo de vida, comportamento e pensamento? Por que isso parece uma transformação miraculosa? Pujya Gurudevshri explica como o discípulo se rende, floresce e alcança a iluminação na presença de um mestre realizado.



Quando um grande Mestre espiritual nasce na face da Terra, inevitavelmente, aspirantes de todos os lados se sentem atraídos para ele. Aqueles que anseiam pela libertação cantam-lhe louvores e embarcam na jornada espiritual.


O aspirante pode evoluir e alcançar a iluminação, tal qual uma semente que tem a possibilidade de crescer e transformar-se em uma árvore, mas se esquece disso. O Guru faz com que ele se conscientize desse seu potencial infinito. Inspirado pelo mestre, quando o discípulo se rende as suas instruções e investiga as camadas mais profundas de sua própria consciência, ele rompe todas as barreiras terrestres para dar vazão ao seu pleno potencial que se estende até os céus da eternidade. Tenha confiança no Guru compassivo. Prepare-se para ser enterrado como a semente e atingir grandes alturas espirituais.



A coragem de mergulhar no desconhecido é despertada após juntar-se ao Guru. O aspirante desenvolve fé nele. O sentimento de surtos de entrega ao ego perece. Sua vida sofre uma enorme transformação, que se reflete em seus conceitos, suas respostas e sua conduta. Na convivência com o Guru, um amante dos prazeres sensuais se converte em um amante do Divino. Todas essas mudanças ocorrem em um curto espaço de tempo, o que faz com que esse acontecimento seja tomado como um milagre e o Guru acaba por ser visto como sendo o autor do milagre.


Milagre ou Lei Natural?

No mundo exterior as coisas precisam de tempo para mudarem, mas a transformação no mundo interior precisa apenas de consciência. Quando o aspirante desperta, tudo muda em um instante. O despertar é uma revolução e não uma evolução. Evolução - crescimento - precisa de tempo, porém revolução acontece de repente e transforma tudo. Não há nenhum atraso. No momento em que percebe a sua natureza divina, você torna-se iluminado. Humanamente, é difícil compreender uma mudança tão importante dar-se de forma tão inesperada, entretanto, por que não pode acontecer? Se você acende  uma lâmpada em uma casa sombria e escura o que ocorre com a escuridão? Será que ela permanece ou desaparece? Quanto tempo demora para que isso aconteça? Mesmo que a obscuridade lá exista há anos ela não demora a desaparecer. Ela é removida instantaneamente. Tão logo você acende a lâmpada a escuridão não existe mais. Para você isto parece um milagre ou pensa nisso como sendo uma lei natural? Dá-se o mesmo com a presença do Sadguru (verdadeiro mestre). A transformação parece um milagre, mas é uma lei eterna.


Você, também, quer aprender a se transformar porque sempre se esforçou para afastar a escuridão de sua ignorância, de seus pensamentos e de suas atividades pecaminosas. Para a maioria dessas coisas o que tem conseguido é reprimi-los. Você não pode lutar contra a escravidão. Para removê-la é necessário luz e não poder. Basta, então, que você se vire para a iluminação. Você não tem que trazer a luz. Ela já está dentro de você, é você. Você tem, simplesmente, que tornar-se ciente disso. Isto pode ser realizado em um segundo. O ponto é esse; é isso que o faz transformar-se. Incomensurável é a graça do Guru que o aponta para você e o motiva a fazer esta mudança. Ele trata da sua doença - ele trata a sua ignorância com a luz do conhecimento. Você chamaria isto de um milagre? Não é natural vermos uma doença ficar curada quando, ao paciente, é administrado o medicamento adequado?



O Fenômeno do Despertar

A admiração é apenas porque o fenômeno do despertar está além da compreensão intelectual. O despertar traz consigo a iluminação. A iluminação é comparada ao surgimento, de uma só vez,  de milhares de sóis deslumbrantes e nuvens de néctar regando a felicidade do Ser. Este fenômeno não é para ser intelectualizado ou escrever ensaios sobre ele; deve ser experimentado e, quem o faz, se deleitar com a experiência. Aceite a possibilidade disso acontecer; este  é o primeiro raio de luz tocando o seu coração cheio de escuridão.


Celebre! Deixe que o primeiro raio se expanda. Cante , baile e alcance o Deus interior. Desperte. Mude sua visão. Sintonize o seu Eu e vá além do ciclo de nascimento e morte.


Isso não é impossível. O impossível nunca pode acontecer. Se a transformação teve lugar é, simplesmente, porque era possível. Uma vez que essa transformação não aconteceu com você em muitos nascimentos, você o vê como um milagre. Além disso, você nunca sonhou com tal esplendor espetacular que é o seu verdadeiro Eu. Quando a noite escura da ignorância se retira e surge a luz das auroras de Realização, as experiências espinhosas da vida transitória se transformam em flores perfumadas da eternidade. Lembre-se, a Realização não é inatingível. Retire a tampa da ignorância e desvende o seu Eu glorioso. Quando você percebe o seu ser tão, distintamente, separado do corpo, sua vida é, instantaneamente transformada.



Grato Pela Benevolência do Guru

O discípulo após a experiência sem precedentes da Autorrealização fica imensamente grato ao Guru; sente que este o transformou de um mendigo em um príncipe. A palavra "obrigado" parece uma expressão muito trivial para expressar sua gratidão. Seu coração e seus olhos transbordam de sentimentos de endividamento. Ele é incapaz de os reter dentro de si. O que ele pode oferecer para aquele que o abençoou com o infinito, o eterno, o divino?


No entanto, o Guru renega este ato feito ao discípulo. O Guru diz que não fez nada e ainda revela ao discípulo: " Você já tinha as jóias, mas não estava ciente delas. Devido a isso você vagou no mundo, na esperança de encontrar felicidade, no entanto, em contrapartida sofreu apenas stress, falhas, negatividades e limitações. Com isso, perdeu a esperança. Você perdeu a fé em si mesmo. Sua tigela de desejos satisfeitos sempre permaneceu vazia. Você nunca se preocupou em olhar para dentro de si mesmo. Eu, simplesmente fiz você ficar ciente de seu tesouro escondido. Você confiou em mim, cavou o seu interior e encontrou o tesouro. Você acha que eu te dei tudo isso, mas não é verdade. Qualquer um que penetra em seu próprio interior encontra esse tesouro"


A Chave Está em Abrir os Próprios Olhos

Acredite no Guru e em suas palavras. Renuncie ao seu antigo hábito de manter seus olhos fechados para a verdade. Atreva-se a abrir os olhos e alcançar a sua riqueza que é a verdadeira felicidade. O Guru está pronto para mostrar o caminho para todos, mas quem realmente quer olha-lo? Você tem medo de perder o seu ego. Você não é capaz de perceber o benefício de tornar-se livre de seus grilhões. Você nem sequer se atreve a tratar, humildemente, qualquer assunto com seu Guru porque isso, também, implica em reduzir o seu ego. Como você pode ser preenchido se não quer se curvar, se entregar e nem buscar?


Aquele que entrega a sua cabeça, alcança tudo. Você só atingirá a iluminação através da virtude de rendição. O ego é o preço que você tem que pagar para o eterno. Os sentimentos de fé e rendição abrem as portas de seu coração e revelam as jóias que se encontram dentro.


Nenhuma revolução pode ocorrer sem essa rendição ao Guru. Não há a experiência da paz sem que se abra mão do ego em seus pés de lótus. O Mestre ajuda o despertar do discípulo. O discípulo quando se encontra pela primeira vez com o Guru, esse encontro, parece não ter nenhum valor; porém o toque "milagroso" da graça do Guru faz desse encontro algo inestimável. Essa é a benevolência do Guru.



sexta-feira, 22 de abril de 2016

GRANDES MESTRES JAINAS DIGAMBARA - ACHARYA BHADRABAHU I


GRANDES MESTRES JAINAS DIGAMBARA


ACHARYA BHADRABAHU I




Atualmente os jainistas aderem a uma das duas grandes ramificações da sua religião - Digambara ou Svetambara. Porém na antiguidade havia apenas uma tradição jaina e um homem chamado Bhadrabahu tem a distinção  de ter sido o líder dessa comunidade ainda não dividida. Bhadrabahu foi o último indivíduo a ter atingido  Shrut Kevalin (aquele que tem o conhecimento máximo das Escrituras),  a autoridade sobre os textos originais dos 14 Purvas (ensinamentos transmitidos por Mahavira e os outros Tirthankaras)

Os ensinamentos do onisciente Senhor Mahavira e dos outros Tirthankaras foram agrupados em textos que formaram as 12 Angas e os 14 Purvas - as Escrituras jainas. Os Purvas foram considerados como parte da décima segunda Anga, intitulado Drishtivada. Estes textos foram passados de mestre para discípulo por um sistema bem regulado da tradição oral e mnemônica*. Os mestre os recitavam e os discípulos os memorizavam. Todos os princípios jainas são baseados nesses textos.

* mnemônico - é um conjunto de técnicas utilizadas para o processo de memorização. Consiste na elaboração de suportes como os esquemas, gráficos, símbolos, palavras ou frases relacionadas com o assunto que se pretende memorizar. Recorrer a esses suportes promove uma rápida associação e permite uma melhor assimilação do conteúdo. Está comprovado que a memória humana armazena informações com mais facilidade quando estas são associadas a sequências organizadas e simples que vão ajudar a gravar eficazmente os dados. Os mnemônicos podem ser criados livremente, desde que façam sentido para quem memoriza. Caso seja uma sequência complicada, o resultado não será eficaz.

Após o Senhor Jambu (século V a.C.) que foi o último ser humano a atingir a onisciência (kevala jnana)
*, monges e estudiosos jainas foram guiados, apenas, por estes textos. Aqueles que conheciam  todos estes textos são chamados de Shrut Kevalins, indicando que eles tem a sabedoria dos textos mas não a onisciência (kevala jnana). Conforme mencionado Acharya Bhadrabahu  foi o último Shrut Kevalin. Uma vez que já houve outros acharyas jainas com o nome de Bhadrabahu, muitas vezes, ele é referido como Bhadrabahu I.

*kevala jnana - significa onisciência no jainismo e é traduzido como conhecimento absoluto ou conhecimento supremo. Kevala jnana é uma qualidade intrínseca de todas as almas. Esta qualidade é encoberta por partículas cármicas que cercam a alma. Cada alma tem o potencial para obter a onisciência através do desprendimento dessas partículas cármicas. As Escrituras jainas falam  de doze etapas pelas quais a alma atinge este objetivo. Uma alma que alcançou kevala jnana é chamado de kevalin. De acordo com o jainismo, somente um kevalin pode compreender os objetos em todos os seus aspectos e manifestações; os outros só são capazes de conhecimento parcial. Os pontos de vista das duas seitas do jainismo - Digambara e Svetambara divergem entre si sobre o assunto kevalin. De acordo com os Digambaras, um kevalin não sente fome ou sede; já os Svetambaras, acham que um kevalin tem necessidades humanas normais. De acordo com ambas as tradições o último kevalin foi um discípulo de um dos  onze principais discípulos do útimo Tirthankara, Mahavira; seu nome foi registrado como Jambu. Acredita-se pois que, depois de Jambu ninguém mais teve a capacidade de obter kevala jnana. 

Bhadrabahu nasceu em Pundravardhan, atual Bangladesh. Durante o seu tempo, a capital secundária dos Máurias foi a cidade de  Ujjain. Bhadrabahu foi capaz de prever através de percepções extrassensoriais (jnan nimita = cognição sutil  de causas e efeitos) que iria ocorrer uma grande fome durante 12 anos no norte da Índia. Ele alertou que a fome tornaria a sobrevivência dos monges muito difícil, já que  se tornariam um fardo para uma sociedade, também necessitada. Sendo assim, ele migrou com um grupo de monges para o sul da Índia levando com ele Chandragupta, o fundador do Império Máuria* que, também, se tornara monge.

* Ímpério Máuria ou Mauria - foi um poderoso Estado, geograficamente extenso da Idade do ferro da Índia governado pela dinastia Máuria (entre 322 a. C. - 185 a.C.) O Império foi fundado em 322 a. C. por Chandragupta Máuria que tinha derrubado a dinastia do império Nanda. O Império Máuria foi um dos maiores impérios do mundo em sua época e o maior da história do subcontinente indiano.

Enquanto Bhadrabahu estava fora, os monges que permaneceram no Norte perceberam que as Escrituras sagradas estavam sendo esquecidas. Um monge chamado Sthulabhadra convocou então um conselho para compilar as Escrituras Purva. No entanto, por saber que o seu conhecimento dos textos eram imperfeitos, ele queria Bhadrabahu por perto para ensinar-lhe os pontos que faltavam em sua memória.

Bhadrabahu ensinou Sthulabhadra, mas o proibiu de escrever nos Purvas sobre certos assuntos  (manifestações de poderes extra físicos) uma vez que achou que, com o passar do tempo, eles seriam motivo para corrupções. Desse modo o conhecimento original e que, de todo, não foi integrado nos 14 Purvas morreu com esses dois homens.

Bhadrabahu, até hoje, continua sendo reverenciado como um exemplo de dedicação aos princípios do jainismo original. Depois dele a Sangha foi dividida em duas linhagens. Os monges Digambara pertencem a linhagem do Acharya Vishakha e os monges Svetambaras seguem a tradição de Sthulabhadra. Bhadrabahu compôs, também, alguns textos. Na tradição Svetambara as obras Brihatkalpa, Vyavahara e Nisitha são consideradas suas.

Durante doze anos Bhadrabahu esteve no Nepal para praticar a "Mahaprana Sadhana" que são exercícios de meditação yoguica. Segundo os Digambaras, Bhadrabahu morreu após praticar Sallekana (O voto de Sallekana é observado pelos ascetas jainistas e por alguns devotos leigos no final de suas vidas, quando então reduzem gradualmente a ingestão de alimentos e líquidos até morrerem).

Upsargahara Stotra

Acharya Bhadrabahu tinha um irmão chamado Varahamihira. Esse irmão era um proeminente astrônomo, matemático e astrólogo. Os dois irmãos moravam no mesmo reino. Quando nasceu um dos filhos do rei, Varahamihira declarou que ele viveria cem anos, porém Bhadrabahu o contradisse afirmando que viveria apenas sete dias e que  a criança seria morta por um gato. No oitavo dia, o principezinho morreu por causa de uma maçaneta de porta que caiu em sua cabeça - a maçaneta tinha uma imagem de gato esculpida nela. Devido a essa humilhação Varahamihira deixou o reino e faleceu depois de algum tempo.

Após sua morte Varahamihira tornou-se um Vyantar (segundo os jainas um tipo de Deva ou semideus - na maioria dos casos voltados para o Mal). Os jainistas passaram a acreditar que Varahamihira os torturava e aterrorizava, especialmente, aqueles que eram discípulos  e seguidores de Bhadrabahu. Por causa desse fato Acharya Bhadrabahu, então elaborou uma oração mântrica para o 23ª Tirthankara - Parshvanath - e invocando, também, Dharanendra
*, o assistente de Parshvanath. Essa oração é chamada de Upsargahara Stotra, também conhecida como Uvassagaharam Stotra. Como efeito disso Varahamihira foi derrotado e a sociedade jaina ficou aliviada. Essa oração mântrica ainda hoje é famosa entre os jainista e eles a cantam com devido respeito e fé. Na verdade esta oração fez o nome de Bhadrabahu imortal entre os ascetas jainistas.

* Dharanendra - é o deus assistente (Yaksha = classe de espíritos da natureza benevolentes) de Parshvanatha, o vigésimo terceiro Tirthankara do jainismo. Ele goza de uma vida religiosa independente e é muito popular entre os jainistas. De acordo com a tradição Digambara, quando Parshvanatha era um príncipe, ele salvou duas serpentes que estavam presas em um tronco que serviria para um ritual de fogo do yogi Kamath. Mais tarde essas cobras renasceram como Dharanendra - o rei do submundo naga e Padmavati. Dharanendra e Padmavati, então, abrigaram Parshvanatha quando ele foi assediado por  Meghalin (Kamath renascido). (Ver mais detalhes abaixo)

Os jainistas acreditam que ao evocarem esses dois semideuses - Dharanendra e Padmavati - através deste Stotra (ode, elogio, hino de louvor) eles vêm a Terra para protegê-los ou atendê-los. Em sua forma original essa oração era muito poderosa. Logo as pessoas começaram a usá-la, excessivamente para coisas menores ou concretizar desejos materiais insignificantes. Temendo o uso indevido do mesmo, dois gathas (versos) foram suprimidos deste Stotra. Hoje, composto apenas de duas estrofes em alguns livros, ele ainda ocupa o lugar de destaque e é considerado mais poderoso do que qualquer outra oração.

Dharanendra e Padmavati - Um dia, caminhando tranquilamente pela floresta, o príncipe Parshvanatha viu o famoso yogi Kamath, realizando um ritual de fogo. Imediatamente descobriu a presença de duas cobras presas nos troncos que ardiam. No intuito de salvá-las, solicitou a Kamath que interrompesse o ritual e as retirasse dali. O yogi ficou enfurecido por ter sido interrompido e ignorou o pedido. Parshvanatha foi, então, até a fogueira e retirou as cobras de lá. Só que já estavam mortas. O príncipe apiedado delas começou a recitar o Namaskara Mantra sobre os seus corpos. Com isso fez com que as cobras renascessem no céu como deuses - o deus Dharanendra e a deusa Padmavati. Os anos se passaram, Kamath morreu e renasceu como Meghmali, o deus da chuva. Por esse tempo o príncipe Parshvanatha já havia renunciado ao seu reino para seguir o caminho da renúncia. Certo dia, ele sentou-se no silêncio da floresta em meditação profunda. O deus da chuva, Meghmali, de sua morada celestial o observou. reconheceu-o como sendo o seu antigo antagonista e ficou enfurecido. Decidiu vingar-se dele e descarregou sobre Parsvanath uma chuva violenta. A águas começaram a subir em torno do ex-príncipe, no entanto por estar em meditação profunda, permaneceu alheio ao perigo. As águas turbulentas elevaram-se cada vez mais e logo ameaçavam afogá-lo. Do céu, Dharanendra e Padmavati - as antigas cobras - testemunharam a cena e desceram rapidamente para salvar Parshvanatha. A deusa Padmavati formou uma flor de lótus sob ele e o levantou para que ficasse por cima  das águas e Dharanendra com seu corpo criou uma espécie de toldo sobre sua cabeça, protegendo-o assim do dilúvio. Abrigado conforme estava Parshvanatha pode continuar sua meditação e logo alcançou a iluminação. Quando Meghmali viu que seus esforços foram em vão, tornou-se humilde e procurou perdão.