quarta-feira, 15 de julho de 2015

JAINISMO E A CRENÇA EM DEUS - escrito por Jayaram V



JAINISMO E A CRENÇA EM DEUS

POR JAYARAM V


Jayaram V

Ou se está com Deus ou contra Deus, este é um ponto de vista. Eu não creio em Deus, porém creio em mim mesmo, este é outro ponto de vista. Eu não acredito em um Deus, mas eu acredito que o meu ser é divino e portanto o meu Ser é Deus, este é o terceiro ponto de vista. Eu não acredito que Deus exista, mas acredito que algumas almas possam atingir a divindade através da perfeição, este é o quarto ponto de vista. Com exceção do primeiro, o credo do jainismo serpenteia por todas os outras óticas sem comprometer a sua doutrina essencial. Um estrangeiro pode ter dificuldade de classificar o jainismo, simplesmente, como sendo teísta ou ateísta. No entanto, um jaina considera sua fé como teísta porque ele crê na divindade essencial da alma individual e na sua existência eterna em uma realidade eterna que personifica a mais alta perfeição. Na explicação seguinte entenderemos porque isto é assim:

Uma característica interessante de algumas tradições originárias da Índia é a sua descrença na existência do Deus Criador. Samkhya, budismo e jainismo acreditam nas funções previsíveis e rotineiras da Natureza e sua divisibilidade. No entanto, eles não reconhecem a existência transcendental do princípio eterno que, comumente, outras religiões identificam, no campo da filosofia, como sendo causa singular das causas e, na prática religiosa, como sendo Deus. A ideia de que alguém pode ser ateu e, ainda assim, religioso é um paradoxo para muitos, especialmente, para aqueles que são educados na noção de que a crença em Deus e a prática religiosa caminham juntas e não podem ser separadas.


No cristianismo e no islamismo sem o comprometimento com a fé em Deus e sem a submissão a Sua supremacia e a Sua lei inviolável, a pessoa não pode fazer parte da congregação - ou da comunidade de seguidores - e encontrar uma passagem segura para entrar nos portões do céu. Já no hinduísmo, jainismo e budismo a crença em Deus não é um pré-requisito para a prática da religião ou para se alcançar a libertação..


Eles colocam mais ênfase na responsabilidade individual e salvação pessoal baseados em um comportamento justo e uma prática assídua dos ensinamentos deixados por mestres iluminados. Nesta jornada o que os auxiliam são o desapego, a renúncia, a ausência de desejos e a pureza interior. Quando a individualidade de um ser desaparece, ele se liberta das coisas que o definem e o limitam. Quando essas balizas de separação - essas coisas que nos limitam - são obliterados no mundo interior que existe em cada um de nós, tornamo-nos parte do oceano da existência e deixamos de ser indivíduos sujeitos a dualidade e a ignorância. Neste processo se é o caso de recorrer a Deus ou a uma divindade é uma escolha pessoal, depende do caminho e da fé que se elege.


As religiões indianas não são religiões ateias. No entanto, elas oferecem uma ampla gama de opções para os seus seguidores testarem suas crenças nas águas da vida e fazerem suas próprias escolhas. Além disso, na maior parte das religiões da Índia, a crença em Deus não é um requisito essencial para se alcançar a salvação, embora seja desejável, uma vez que aumenta as chances de alcançar o objetivo final. Essas religiões são muito flexíveis em deixar as pessoas fazerem suas escolhas e encontrarem a verdade através da tentativa e erro, pois depositam fé na doutrina do carma, segundo a qual cada indivíduo está sujeito as consequências de suas ações. O hinduísmo, o budismo e o jainismo acreditam na lei do carma. entretanto, eles diferem no que diz respeito à sua causa e a sua continuidade.


Deus é um grande enigma que ninguém pode, verdadeiramente, compreender. Estudantes da ciência moderna sabem o quão difícil é entender a origem e a natureza do universo material, imaginemos, então, a extensão do problema que é conhecer a realidade invisível e transcendental chamada Deus, a quem não podemos alcançar em circunstâncias normais. Nenhuma mentalidade comum pode, definitivamente, construir a visão do universo material, mesmo que seja parcialmente, usando o campo da observação; e é ainda mais difícil prever o reino espiritual que desafia todas as leis conhecidas da existência e é , ostensivamente, além de nossa percepção.


Estas três tradições sugerem que a aspiração religiosa começa com uma inclinação inata da pessoa, de acordo com o seu carma; em última instância, por meio de auto esforço para se obter uma abertura interior em que a verdade é percebida ou experimentada para além das barreira da mente condicionada e das limitações das escrituras e autoridades temporais.





Portanto, de acordo com o hinduísmo, o budismo e o jainismo a religião é um meio de autodescoberta e esforço espiritual para alcançar a verdade e não deve ser interpretado como um dogma autoritário e coercitivo (que impede a livre investigação e exige a rendição incondicional aos preceitos das Escrituras ou aos ensinamentos messiânicos) que a pretexto de peso da autoridade, muitas vezes, persegue quem blasfema contra ele.

Em todas as religiões indianas o conhecimento adquirido através da experiência pessoal é mais válido do que o conhecimento obtido através das Escrituras ou de ensinamentos. Este último se torna aceitável e importante, mas, aí, não existe a experiência pessoal legítima, nem o conhecimento direto. Pode-se recorrer a fé cega e a autoridade das Escrituras ou de um mestre nas etapas iniciais do esforço espiritual, porém, no final, é, imprescindível, alcançar o objeto de tal fé, em um estado de não-dualidade, para que se experimente a unidade e ser absorvido na mesma.


Neste ponto de vista podemos perceber verdades subjacentes: 


- que a não-violência é o método sugerido para que se alcance a perfeição; a tradição defende que não se pode violar o princípio da não-violência para realizar esse objetivo. 


- da  mesma maneira que muitas dualidades da vida, a fé, que é um facilitador no início, torna-se um obstáculo em algum estágio do caminho espiritual; portanto há que se renunciar a fé para transcender as construções mentais e noções intelectuais e experimentar a verdade diretamente. 


No jainismo e no budismo é dada prioridade ao ensinamentos daqueles que tenham atingido a perfeição e experienciaram a verdade e não a fé cega na existência de um Ser Eterno. Ambas as religiões negam a existência de Deus como uma entidade absoluta e eterna e não reconhecem seu papel como o criador do mundo e da realidade em que vivemos.


No budismo qualquer discussão a respeito de Deus é considerada como inútil, porque ela é de pouco valor na libertação de um indivíduo. Especular é considerado como função de uma mente ociosa  e propensa a distrações. Não leva a mitigação do sofrimento humano, nem a libertação. O que mais importa é o esforço pessoal e a sinceridade com que o caminho óctuplo é praticada. O Buda aconselhou seus discípulos a permanecerem no presente, conscientes de seu imediato mundo perceptível, para conhecerem a verdadeira natureza de sua existência e encontrarem soluções adequadas para o problema dos seus respectivos sofrimentos.


Se o budismo não afirma, nem nega, claramente, a existência de Deus, deixando a questão inconclusiva e sem resposta, já o jainismo tem uma posição bastante enfática ao negar a existência de Deus como um Ser universalmente absoluto responsável pela criação; o jainismo sobre esse assunto não deixa margem para ambiguidades e incertezas.


Entretanto, paradoxalmente, embora o jainismo não acredite na existência do Ser Supremo Universal, não podemos classificá-lo como uma tradição ateísta, uma vez que tem, ostensivamente, elementos do teísmo. O jainismo não reconhece esse Deus, mas defende a fé que há inúmeras almas individuais em diferentes estados de escravidão e perfeição que são tanto divinas, quanto eternas. Isso quer dizer que o jainismo  acredita na natureza eterna das almas individuais que habitam as diferentes regiões do universo, essas almas têm o potencial de atingir seu mais alto estado de perfeição, através de seu esforço individual. O jainismo também repousa sua fé nos ensinamentos de Seres Perfeitos (os Arhats) e a existência de moradas mais elevadas que são povoadas por deuses (os Siddhas). Ambos Arhats e Siddhas são considerados veneráveis e dignos de serem imitados.


Para um jaina, Deus não é o centro do mundo. No entanto, um mundo desprovido de Deus ainda pode ser divino e eterno. O jaina percebe divindade, ou a qualidade essencial que é a perfeição de Deus no reino mais elevado do universo e nas almas individuais, que são intrinsecamente puras e que adquiriram a capacidade da onisciência, onipotência e onipresença através  de suas escolhas e ações. O universo e a alma são realidades permanentes que não podem ser negadas. Mesmo a materialidade de nossa existência não é uma ilusão, mas uma realidade que tem componentes variáveis chamados tattvas. Matéria e substância são reais, assim como as alma o são. De acordo com o Akaranga Sutra: "Aquele que nega o mundo, nega a si mesmo; e aquele que nega a si mesmo , nega o mundo".


Assim sendo, no jainismo Deus é substituído por uma realidade permanente - as almas individuais - que são eternas, incriadas e indestrutíveis. As almas habitam o universo que, também, é incriado e indestrutível. O universo está sujeito ao movimento de prolongados ciclos de tempo repetitivos durante milhões de anos em que as almas passam por fases alternadas de declínio moral seguido de recuperação espiritual, tal qual a mecânica compassada, do dia que é seguido pela noite e a noite pelo dia.


O Deus do jainismo ou o seu princípio superior de existência não é ser um doador de dádivas ou um libertador dos seres, mas possui um estado ideal de pureza eterna e bem-aventurada consciência para que a humanidade possa nele se inspirar e aspirar através da renúncia, do auto esforço intenso e purificação alcançar o mesmo estágio. Um jaina que se compromete a trilhar a senda dos seres Perfeitos, conhecidos como Tirthankaras ou Arhats ou jinas, visa atingir tal estado de divindade não pelo amor a Deus, ou para estar com Deus, ou tornar-se semelhante a Deus porque Ele é um Ser superior, mas para escapar do sofrimento existencial, para recuperar a liberdade perdida da alma. Em suma, no jainismo, não há lugar para o bhakti*.


Nota:

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

* Bhakti (em sânscrito quer dizer devoção) é uma das três doutrinas ou caminhos básicos prescritos pelo hinduísmo para a liberação espiritual (moksha). De acordo com as características pessoais de cada praticante, pode-se optar por um ou mais destes caminhos, simultânea ou separadamente e a qualquer tempo ou período de vida. São eles:


- Karma - ou o caminho do trabalho com desapego aos resultados ou frutos por ele produzidos.


- Bhakti - ou o caminho da devoção a um dos múltiplos aspectos do absoluto (Braman)


- Jnana  ou gnosis - o caminho do conhecimento, descobrindo a espiritualidade através do inquirir racional.


Pelo fato do jainismo, hinduísmo e budismo terem coexistido, até os dias atuais, na mesma região e seus proponentes terem interagido com frequência, o jainismo tem traços de ambas as tradições; bem como as outras duas, também, absorveram alguns de seus aspectos. Sendo assim, parece que, em algum período da história do desenvolvimento religioso na Índia, a adoração do Senhor Krishna encontrou seu caminho para o jainismo. Arishtanemi, o Tirthankara 22, está ligado a ele. O resultado foi a origem da comunidade de Vaishnava jainistas, uma sub-seita independente do jainismo, cujos adeptos adoram devocionalmente o Senhor Krishna da mesma forma como os hindus  o fazem. No entanto, essa ramificação foi uma exceção e não deve ser interpretada como prática comum no jainismo.


As Escrituras jainas questionam a existência de Deus tanto lógica quanto teísticamente*. O Mahapurana declara que se deve rejeitar todas as noções de algum Deus criador do universo. Ele pergunta: "Se Deus criou este mundo, onde Ele estava antes da criação e onde está agora e como pode um Deus imaterial criar um mundo material?" E conclui: "Saiba que o mundo é incriado, como o próprio tempo o é, sem começo e sem fim... Incriado e indestrutível, ele perdura sob as compulsões de sua própria natureza, dividido em três seções - o inferno, a terra e o céu.


* Teísmo - é um conceito filosófico-religioso desenvolvido para se conceber o Criador. Esta filosofia defende que este Ser é a única entidade responsável pela criação do universo; é onipotente, capaz de realizar tudo sem a ajuda de quem quer que seja; é onisciente, pois é Aquele que tudo conhece e é possuidor de infinita liberdade e suprema generosidade.


Teísmo é um termo que provem do grego Théos, que significa "deus". Neste sentido , o Teísmo se contrapõe ao ateísmo, que não acredita na existência de uma divindade suprema. A filosofia teísta foi difundida em 1678 pelo filósofo e teólogo inglês Ralph Cudworth, integrante do movimento filosófico conhecido como Platonistas de Cambridge.


O Teísmo pode ser classificado em:


- Monoteísmo - fé em um único Deus.

- Politeísmo - devoção a  diversa divindades.
- Henoteísmo - quando se adora um Deus Superior, mas não se rejeita a existência de outros deuses.

Não é que o hinduísmo não possa responder a uma pergunta tão crucial. No entanto sua resposta não se coadunaria com o ponto de vista jaina sobre o universo e sua natureza eterna. Para um hindu o universo material é irreal e ele veio a existência como projeção ou manifestações de Deus. Para um jaina o universo é real porque a matéria é real e não criada. Embora possa passar por vários estados ou condições o universo sempre esteve aí e deve manter-se sempre, sem começo e sem fim, assim como as almas individuais.


Embora os jainistas não reconhecem a presença de Deus, eles reconhecem a existência de seres superiores chamados Arhats e, no céu, alguns deuses (Siddhas). Os deuses são almas que gozam de uma maior liberdade e um maior grau de pureza, conhecimento e inteligência e são incorpóreos. Os Arhats não têm qualquer interesse nos assuntos profanos. Neste aspecto eles são completamente indiferentes ao que se passa no mundo. No entanto, estão interessados no bem-estar do universo e em ajudar as almas imperfeitas a subirem a escada da pureza e da justiça através de austero auto esforço para que alcancem o mundo dos seres perfeitos.


Os jainas adoram os Arhats não para ganhar favores deles, mas para limpar o seu carma. O próprio ato de adorar os seres perfeitos é interpretado como sendo benéfico, uma vez que tem o efeito purificador de reduzir o fluxo de matéria cármica em seus corpos e, assim acelerar o seu progresso no caminho espiritual. Assim, antes de tudo a adoração aos Arhats não é um esforço devocional mas espiritual (no entanto, algumas seitas jainistas acreditam que os Arhats podem remover o mau carma de quem lhes presta devoção).



23 comentários:

  1. Olá Hermínia Ramos

    Boa noite

    Primeiramente gostaria de parabenizá-la pelo excelente site sobre o Jainismo. A mensagem de Ahimsa é Nobre e Santa.

    Um assunto que eu acho muito interessante é a Cosmologia Jainista. Talvez você até conheça ou já tenha lido a respeito de um livro do Monge Jainista Swetambara Terapanth chamado Muni Mahendra Kumar, ele tem um livro chamado The Enigma of the Universe. Para quem sabe inglês parece ser com certeza um excelente livro sobre esse assunto tão interessante.

    Um grande abraço muita paz ,saúde e felicidades

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, obrigada por sua visita a este blog e agradeço, também a sugestão de leitura do livro escrito pelo monge Muni Mahendra Kumar. Tudo sobre o jainismo me interessa. Pena que haja tão pouca coisa escrita sobre essa religião em português. Sabedoria, paz e alegria para você.

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  2. Olá Herminia Ramos

    Boa tarde

    O monge Swetambara Terapanth Muni Mahendra Kumar é da mesma Escola do monge Acharya Shri Mahashraman e o livro The Enigma of Universe parece interessantíssimo para quem sabe inglês e é um excelente livro para estudo da Cosmologia Jainista inclusive esse livro tem no site é só digitar a palavra herenow4u.net . Tem um site sobre Jainismo de um Ashram que foi fundado pelo monge Acharya Sushil Kumar Muniji (1926-1994) que na ECO 92 esteve no Brasil e ele fundou esse Ashram nos Estados Unidos o nome do Ashram é Siddhachalam digita a palavra Siddhachalam e vai aparecer o site deles.

    Um grande abraço,muita paz saúde e felicidades

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, mais uma vez agradeço sua visita ao meu blog e por suas considerações. Já tenho algum conhecimento sobre os monges Acharya Shri Mahashraman e o Acharya Sushil Kumar Muniji, ainda assim fico contente de, também, você estar a par de alguma coisa sobre o jainismo. Mesmo que não se abrace o jainismo como religião, creio, seria de grande valia para a humanidade ter uma noção dos valores pregados por ele, principalmente, no que se refere a não-violência. Possuir noções de princípios éticos e morais é dar um grande passo a caminho da evolução espiritual. E ter consciência desses valores e tentar aplicá-los em nossa vida diária é um passo maior ainda - assim procedendo, preservamos a nossa felicidade. Acessei o site que você indicou onde posso encontrar o livro The Enigma of Universe e lá o encontrei. Seguramente, que numa oportunidade (espero que em breve) irei lê-lo. Quem sabe com essa leitura encontre vasto material para colocar em meu blog. Agradeço, portanto a sua válida sugestão. Que todos nós alcancemos cada vez mais sabedoria e paz.

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  3. Olá Herminia Ramos

    Boa tarde

    Excelente suas observações sobre Ahimsa que é uma filosofia e modo de vida nobre e santa e a prática e vivência diária são importantes sim conforme você bem colocou. Que eu saiba até hoje só existe um livro em português sobre Jainismo o nome dele é Jainismo - Vida e Obra de Mahavira Vardhamana de J.C. Jain que foi editado pela Editora Palas Athena, cujo site é www.palasathena.org.br.

    Muitas felicidades, paz e saúde para você

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, mais uma vez agradeço sua visita ao meu blog. Isso me deixa feliz por saber que há mais pessoas que falam a língua portuguesa interessadas no jainismo. Obrigada, também por mais uma sugestão de leitura. Realmente, também, não conhecia este livro. Pesquisei na internet e vi que ainda existem alguns exemplares em sebos, pois "Jainismo - Vida e Obra de Vardhamana Mahavira" foi editado em 1982. Também pouco sei de livros que tratam sobre essa religião e que estão traduzidos para a nossa língua. Um dos que conheço é "A Ciência do Karma" escrito por Gnani Purush Dadashri. Gnani Purush Dadashri foi quem promoveu na atualidade o culto ao Tirthankara Simandhar Swami - uma alma que já poderia estar entre os Siddhas, mas que preferiu, ainda, estar entre nós para nós ensinar o caminho da libertação e bem-aventurança. Acredita-se no jainismo que Simandhar Swami será um futuro Tirthankara no próximo ciclo de evolução. Neste ciclo já não existirá mais nenhum, pois Mahavira foi o último. Este livro – A ciência do Karma - pode ser lido via internet em PDF - ele está traduzido para o idioma português. Acesse:

      http://download.dadabhagwan.org/Books/Portuguese/PDF/A%20Ci%C3%AAncia%20de%20Karma.pdf

      Gnani Purush Dadashri já faleceu, mas seu sucessor continua a sua obra. Hoje quem está à frente dela é o monge Pujya Deepakbhai e ele esteve agora, no mês de julho, no Brasil. Há alguns vídeos no You Tube que mostram a sua visita. Para acessar um deles:

      https://www.youtube.com/watch?v=hjSRoyeFIbY

      Luiz, obrigada por tudo e que a sabedoria prevaleça sobre qualquer outro desejo em nossa alma.

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  4. Olá Herminia Ramos

    Boa tarde

    Muito obrigado pela dica pois eu realmente não conhecia o livro A Ciência do Karma e também não conhecia o Gnani Purush Dadashri e Pujya Deepakbhai. Que bom que Pujya Deepakbhai esteve no Brasil depois com calma vou ver os vídeos no youtube.

    Caso queria entre em contato com a Palas Athena de repente eles ainda tem o livro Jainismo Vida e Obra de Mahavira Vardhamana.

    Tem um outro site do Acharya Sushil Muni que é www.acharyasushilmuni.org e um outro site do Monge Shri Vivek que é um discípulo do Acharya Sushil Muni que é www.imjm.in.

    Um grande abraço, muitas felicidades luz e saúde

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, mais uma vez agradeço suas sugestões. Verei o que posso fazer para adquirir o livro da Editora Palas Athena. Quanto ao site do Acharya Sushil Muni já o conhecia, o do seu discípulo Shri Vivek, ainda não. Visitei-o e vi que lá posso obter algum material para meu blog. Na verdade, reverencio tudo que tem relação com o jainismo. Podemos adquirir conhecimento e sabedoria tanto da seita Digambara, quanto da seita Svetambara. Ambas são ricas em dar-nos bons exemplos de como tornar a nossa vida preciosa. Luz e bem-aventurança para todos nós.

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  5. Olá Herminia Ramos

    Bom dia

    Você fez um comentário muito interessante e importante tanto as tradições Swetambara quanto Digambara tem muitas informações importantes sobre a Religião e Filosofia Jainista foi muito bem colocado por você, muito bom mesmo. Você conhece o site www.jainworld.com ? E tem um outro site também que é o www.isjs.in que é voltado para estudos do Jainismo.

    Um grande abraço muitas felicidades,luz, paz e saúde

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, fico contente de você estar presente, mais uma vez, em meu blog oferecendo suas sugestões e comentários. Os recebo sempre bem, pois é agradável sabermos que existem pessoas que compartilham conosco as mesmas preferências, principalmente, quando, estas, dizem respeito a sabedoria e conhecimento. Volte sempre. Quanto aos sites que indicou, já os conhecia, sim. Costumo tirar do "Jainworld.com" muita coisa para o meu blog - é uma fonte de informação muito útil. E, você, Luiz, se interessa pelo jainismo por que razão? Aprecia, especificamente, esta religião ou admira todas as religiões e filosofias indianas? O que você pensa exatamente sobre o jainismo? Você tem algum blog ou página na internet que verse sobre esses assuntos - ou outros quaisquer assuntos? Se tiver, envie-me o endereço para poder visitá-los. Que a sabedoria esteja sempre presente em nossos pensamentos, palavras e ações.

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  6. Olá Heminia Ramos

    Boa noite

    Eu tomei conhecimento do Jainismo através do Budismo se não me engano foi em um livro que o Dalai Lama falou rapidamente sobre o Jainsimo. Algumas coisas que me chamaram a atenção no Jainismo foram Ahimsa por todos os seres, Universo Eterno dual, conceito de karma, o uso do muhapati e a questão da alma mudar e não mudar simultaneamente. Pelo que eu entendi o Universo budista e védico é cíclico e no Jainismo é dual. O Jainismo é uma religião com caracteristicas próprias e conforme teclei acima algumas dessas me chamaram a atenção. No sentido que o Jainismo ensina a paz a compaixão e o conhecimento da vida como um todo a nível de interdependência entre o Cosmo e os seres eu acho isso muito interessante. Ah eu não tenho blog não.

    Muita paz,saúde, felicidades

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, que bom você ter tomado conhecimento do jainismo através de um livro do Dalai Lama, um ser que quando pronuncia uma palavra ou escreve algo, o faz com conhecimento de causa e, portanto, uma fonte confiável. Digo isso, pois muitas pessoas - a maior parte delas - sabe sobre o jainismo através de meios de comunicação que tendem a deturpar e corromper informações. Geralmente, documentários e reportagens que se referem a essa religião só o fazem no intuito de transmitir que os jainistas e o seu credo são extemporâneos, retrógrados e excêntricos; como se as outras religiões - o seu modo de se exteriorizar, pois, em essência, todas são boas, valorosas e divinas - também, não manifestassem seus retrocessos e extravagâncias. A tendência, então, é não haver, por parte dos ocidentais, muita simpatia para com essa doutrina. Só quando há curiosidade e se procura investigar mais sobre ela é que se percebe de quantos ensinamentos valiosos é possuidora. Mas, na verdade, pode ser que a maioria das pessoas não se interessa mesmo pelo jainismo por ele exigir muito de cada um. Ninguém está disposto a fazer sacrifícios, nem abrir mão de seus egoísmos e prazeres. Estamos todos muito atrasados para absorver tudo quanto o jainismo tem a nos oferecer. Enfim... tomara que, um dia, cheguemos lá... Quanto a você não ter um blog, por que não cria um - um cujo assunto seja algo que lhe agrade? É muito bom ter um blog . Muita gente, que tem, diz "ser uma terapia porque, ele, acaba sendo um pouquinho da gente". Eu tenho 4 blogs. Confesso, aprecio tê-los produzido já que, assim como gosto de obter instrução e informações através de sites na internet (em bons sites,é claro), muitas pessoas, acessam as minhas páginas com o mesmo intuito. Acho isso bastante válido: disseminar conhecimento. Então, por que você não se dispõe a propagar um pouco da sua cultura? Vamos lá, mãos a obra! Que a luz da sabedoria esteja sempre a nos iluminar.

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  7. Olá Hermínia Ramos

    Bom dia

    Tudo bom? Se não me engano foi no livro " Diálogos com cientistas e sábios" em que o Dalai Lama fala muito rapidamente sobre o Jainismo, parece que ele identificou o Jainismo como um Religião que não aceita um Criador, e embora tenha sido uma breve citação foi muito significativa pois me chamou atenção pelo fato de assim como Budismo não aceitar um Criador.
    Tentar entender a essência do Jainismo ou seja o conceito e a percepção de Ahimsa, da Eternidade da Vida e do Universo e Anekantavada e também a natureza real da alma ( jiva ou atman ) são ensinamentos essenciais para a correta compreensão da Doutrina Jaina.

    E como você bem citou aplicar isso na vida, o que realmente não é fácil, e para vencer os aspectos negativos como egoísmo, inveja e outros se faz necessário uma base de Verdade e é isso que o Jainismo tenta nos mostrar pois entendendo e vivendo de uma forma mais profunda isso o ser humano conseguiria exteriorizar essa Verdade em forma de Compaixão por todos os seres.

    Muita luz, paz, saúde e sabedoria para você

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, que bom você estar, mais uma vez, presente em meu blog tecendo seus comentários. Que bom, também, saber que utiliza parte de seu tempo com leituras que edificam e aprimoram o espírito. Nunca li o livro do Dalai Lama a que se refere (um dia - quem sabe? - terei essa oportunidade), apesar de já ter lido muita coisa sobre o budismo. Na verdade, respeito muito essa religião, assim como respeito a todas, porém existem certos aspectos da filosofia budista que discordo (pode até ser porque, talvez, ainda não esteja preparada para entender). Refiro-me ao fato de no budismo não haver o conceito de alma - pelo menos nos mesmos moldes das filosofias védicas e ocidentais. Para ele os seres humanos são compostos de 5 agregados (skandas) e quando morrem esses agregados se separam. Por causa disso um ser humano que morre, quando volta a se encarnar poderá estar em diferentes corpos. O conceito de alma e de reencarnação para os budistas é completamente diferente, se comparado ao de outras doutrinas religiosas e, sendo assim, não muito aceitável. Abaixo vai um texto tirado de uma revista:

      "O Budismo Não Acredita na Reencarnação
      Publicado em 2006/07/30 por Clavis Prophetarum

      Se o Budismo não acredita que exista nenhuma “alma” no Homem (ou seja, um “eu permanente”), o que é que passa de vida em vida, através da Reencarnação?

      Bem… O Budismo não acredita propriamente na “Reencarnação”. Segundo a revista Dharma (editada por associação francesa ligada ao Budismo Tibetano):

      “Em primeiro lugar, os ensinamentos de Buda não exigem que se acredite num dogma, seja ele qual for. E embora haja budistas que dizem acreditar na reencarnação, o que é importante saber é que a noção de reencarnação é totalmente alheia ao Dharma (Caminho).”

      Esta afirmação não deixa de ser paradoxal, especialmente pela sua origem na tradição tibetana (que sigo, na sua Escola Ning ma pa), mas os budistas não usam eles próprios o termo, preferindo antes o sânscrito Samsara ou em seu lugar recorrem às palavras “transmigração” ou “renascimento”. É que o conceito “cristão” de uma alma que passa de corpo para corpo é totalmente estranho para o pensamento budista, dado que contraria o princípio da “vacuidade do Eu” e o conceito fundamental da “Não Existência”, ou seja, se a nossa própria individualidade é uma Ilusão (Maia) então como pode essa “ilusão” existir e transferir-se para outro corpo físico? Não pode… Mas sendo assim, o que passa? Porque têm os monges tibetanos (Rinpoches) recordações de outras vidas? Porque transmigra o Dalai Lama?

      Porque neles o que passa de corpo para corpo, não é nenhuma entidade física ou semifísica, como a “Alma” ou o “Ka” dos Egípcios, mas propriedades de um corpo, que se transferem para outro, num processo de continuidade impermanente. É esta sucessão que dá a ilusão da transferência ou renascimento, mas nada se transfere, apenas se comunica de um corpo para o outro aquilo que por vezes – em condições especiais – pode depois ser recordado, ou a carga kármica da vida anterior, mas sem que haja verdadeiramente… Reencarnação."


      Luiz, claro , que o budismo tem valores doutrinários valiosíssimos - independente, de controvérsias com relação as suas questões metafísicas, filosóficas, cosmológicas, etc., é neles que devemos nos ater, não é verdade? Que a sabedoria seja sempre a nossa meta maior.

      Hermínia

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  8. Olá Hermínia Ramos

    Boa noite

    Muito obrigado pelo seu comentário. Você fez uma ótima explicação realmente no budismo não existe o conceito de atman. O conceito de karma no Jainismo é interessante pois pelo que eu entendi o karma é algo material também. O conceito de alma no Jainismo é igual ao das religiões Védicas? Agora o que eu acho interessantíssimo no Jainismo é o conceito de Universo Eterno pois eu não sei se o Universo no Jainismo pode ter uma manifestação cíclica e parece também que o Universo Jainista é dualista.

    Um grande abraço muita luz,paz e saúde

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, mais uma vez agradeço sua visita ao meu blog. Quanto as perguntas que fez posso lhe dizer que o conceito de alma do jainismo é parecido com as demais religiões védicas, mas não idêntico. Existem alguns pontos em que o jainismo diverge e ficaria muito extenso tratá-lo neste curto espaço para comentários. Qualquer dia faço uma postagem versando sobre esse assunto.
      Quanto a pergunta que trata da cosmologia jaina, também, há muito o que dizer, contudo tentarei resumir para que entenda algumas noções básicas. Os jainas acreditam que o universo não tem começo, nem fim. Perpetuamente o universo se desenrola numa infinita repetição de ciclos cósmicos. Cada ciclo cósmico é dividido em fases de subida e descida (ascensão e declínio) durante as quais as civilizações sobem e descem. A fase de ascensão é um período de progressiva prosperidade e alegria e os intervalos de tempo e as idades são em uma escala crescente. Já a fase de declínio é um período de tristeza e imoralidade e os intervalos de tempo e as idades são em uma escala decrescente. Segundo os jainistas, no momento, estamos vivendo numa fase de declínio. (Aqui vale dizer que essa ascensão e queda, relativas as civilizações, ela é determinada a partir de um ponto de vista universal. As civilizações de um modo geral vivem um período de tristeza e imoralidade, mas sob o ponto de vista individual, pode-se afirmar que, cada homem - ou cada alma - é livre para trabalhar sua própria salvação, independente de estar o universo numa fase cíclica ascendente ou descendente).

      Como você pode ver, Luiz, no jainismo como no budismo a roda do universo gira permanentemente e eternamente. Diferentemente da concepção hinduísta não há um período de dissolução do universo - um tempo em que o universo existe e um tempo em que o universo não existe. No jainismo um ciclo ascendente segue outro descendente, sem rupturas. E, também, não há intervenção divina como no hinduísmo - não há a manifestação de Vishnu para, sucessivamente, reordenar as coisas - destruir e recriar o universo. Bem, Luiz, espero que, apesar dessa forma sucinta de lhe explicar sobre a cosmologia jaina você passe a entendê-la melhor. Há muito o que dizer... fica, então, para próximas oportunidades, ok? Que a luz da sabedoria se faça em nós, sempre.

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  9. Olá Hermínia Ramos

    Bom dia

    Tudo bom? Só dando uma passada para parabenizá-la pela dedicação, esforço para nos esclarecer sobre algo tão Nobre e Santo que é Ahimsa. Seu empenho em propagar o Bem é louvável.

    Um grande abraço e muitas felicidades, muita saúde , muita paz e muita luz.

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, que alegria saber você aqui, mais uma vez, visitando o meu blog. Agradeço as palavras de incentivo, mas, na verdade, acho que quem mais está colhendo os frutos das informações que tento passar sou eu mesma que amo o jainismo. Quase tudo sobre o jainismo está em línguas estrangeiras. Na medida do possível tento traduzir alguma coisa e, com isso, também, estou aprendendo muito. Na verdade este meu blog quase não recebe visitas e as poucas que recebe, por incrível que pareça, são visitantes de outros países - principalmente indianos. Acho que os brasileiros jamais irão se interessar por essa religião - é outra tribo, é outra dimensão, entende o que eu quero dizer? Ainda assim, continuarei com as postagens pois eu acredito naquela frase que diz: "Uma carta que não será recebida, não quer dizer que não valha a pena ser enviada". Muita paz, saúde e sabedoria para você.

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  11. as limitações do amor são infinitas

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  12. Gostaria de fazer parte de um grupo monástico jainista no Brasil

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  13. Excelente texto. Parabéns!
    Mas, gostaria de esclarecer que no budismo não existe a reencarnação como é entendida no hinduísmo e jainismo, pois os budistas não acreditam na existência de uma alma individual e eterna. O Buddha ensinou que há o renascimento, não de uma alma, mas sim de uma partícula da consciência, motivado pelos efeitos carmicos.

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  14. excelente filosofia mais para quem nao acredita nesse tipo de coisa acha que e uma bobeira,mas acredito em 95% do que esta escrito ai eu sou uma jashinista sim mas o unico problema de eu ser assim e que meus pais tambem sao jashinista e nao podem falar nada sobre isso porque e proibido os proprios decendentes tem que decidi sair ou ficar na religiao e eu decidi ficar e estou tentando cooprender sobre isso mas o unico 5% que me deixa mau acredita e que eu nunca vi em qualquer outro lugar um jashinista agir e si tem e porque gosta do anime de naruto E nao sabe nada sobre a religiao mas pelo pouco que sei estou tentando fazer minha alma perfeita...

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