ASCETISMO SVETAMBARA
A seita Svetambara se divide, igualmente, como a seita Digambara em diversas sub-seitas. Uma das sub-seitas Svetambara chama-se Gacchas. Os Gacchas são divisões ou pequenos grupos de monges ou linhagens mendicantes que se formaram, principalmente entre os séculos XI e XIII. Sempre que um grupo de monges discordava de seu mestre (acharya) sobre questões práticas da doutrina havia a cisão e formava-se uma Gaccha. Cada Gaccha, também, passava a ter um mestre. As Gacchas são identificadas a partir destes mestres que as fundaram. Essa comunidade de monges ou monjas pertencentes a cada Gaccha é dividida, novamente, em várias famílias (parivars). E cada família tem um chefe ou mestre.
É recomendado que os monges e monjas não andem sozinhos; o menor grupo deve consistir de, no mínimo, 2 ou 3 pessoas. Essa orientação é dada para que eles controlem e critiquem uns aos outros com relação ao desempenho de sua vida ascética. Todos os monges mantem um diário onde anotam todos os seus pensamentos, palavras e atos que atentem contra os votos pregados pela doutrina. Após algum tempo, esse diário é dado ao mestre (acharya) para que, de acordo com a natureza de cada falha cometida, prescreva uma penitência correspondente.
O critério utilizado para obter uma posição mais elevada na Ordem é baseada, não na longevidade dos monges, mas no número de anos em que eles, perseverando na vida monástica, se mantem nela.
Os monges (Sadhus) e monjas (Sadhvi) Svetambaras usam para se vestir duas peças de roupa branca. Ambos, utilizam vários potes para mendigar alimentos e água (eles podem levar a água para os mosteiros). Alguns outros pertences que um monge ou monja está autorizado a possuir são: um espanador, um tapete de lã para sentar-se, um pano para filtrar a água, um pano para tapar a boca, etc. Eles também podem ter consigo objetos de culto, manuscritos, livros e material para escrever.
Monges e freiras tem de mendigar seu alimento e não estão autorizados a acender um fogo para cozinhar. Eles também não devem tomar banho e têm que arrancar seus cabelos duas vezes ao ano.
Rotina de monges e monjas Svetambara
A rotina de um monge ou monja é severamente regrada e é imprescindível a disciplina. Eles têm que se esforçar por cumprir os cinco princípios do jainismo que são: não usar de violência para com qualquer forma de vida (ahimsa), não faltar com a verdade, não roubar, não ter posses materiais e conservar o celibato.
A seguir descreveremos a rotina de freiras em um monastério em Surat. Com, pequenas e não tão pequenas diferenças, dependendo da seita, o dia a dia das monjas Svetambaras é, mais ou menos, assim:
O texto a seguir foi extraído de uma página - indiana- da internet:
"As freiras acordam pouco depois das 4 horas da manhã. Lavam-se, dizem suas orações de frente para o leste ou para o norte e procuram se arrepender de todos os pensamentos, palavras e atos que possam ter atentado contra os cinco votos durante a noite. Em seguida, cumprimentam a monja superiora, a qual discrimina as tarefas que têm que fazer: colocar a cama em ordem, remover a poeira do quarto, etc. Após as tarefas, recitam o Namokar Mantra e fazem reverência a mestra superiora; ao final, todas, reverenciam a imagem do Tirthankara situado no altar de "puja" (adoração).
Depois, cada freira decide que tipo de voto ou abstinência fará aquele dia. Por exemplo: não comer alimentos com sal ou açúcar, não tomar nenhum tipo de líquido, não falar, etc. Em seguida vão ao templo cultuar o jina e pedir comida nas casas. É recomendado às freiras que não peçam alimentos em casas onde haja mulheres grávidas, em casas de famílias muito pobres, em casas onde haja animais (pois os restos de comida devem ser dados a eles). Na maioria das vezes, as freiras comem juntas depois de voltar para ao mosteiro. Nenhum alimento ou água que trazem das casas é desperdiçado. Depois da refeição as freiras podem lavar suas roupas, escrever cartas, ler livros religiosos, falar com os hóspedes, bordar panos com símbolos auspiciosos.
A tarde, mais ou menos as 4 horas e 30 minutos elas saem, novamente, para pedir comida. Monges e monjas jainas não comem, nem bebem líquidos, inclusive água, depois do por do sol. Após essa refeição, as freiras visitam uma segunda vez o templo para refletir e meditar.
Os monges e monjas Svetambaras, muitas vezes, saem para peregrinações; viajam para lugares santos importantes e nesses períodos alojam-se em templos (Upashraya). Durante os meses de monção ele permanecem em um só lugar. Para isso eles são ajudados pela comunidade de leigos jainas, que os convida, formalmente, através de convites escritos e belamente adornados."
Muitos monges e monjas Svetambaras, mesmo depois de cumprir essa rotina, ainda se dispõe a escrever obras filosóficas, históricas e poéticas. Para se torna um monge Svetambara um aspirante há que, ter no mínimo 8 anos de idade e deve pedir o consentimento do seus pais para isso. Para ser aceito não pode ter dívidas financeiras, nem estar sendo acusado, pela lei, de alguma infração. Não é necessário que ele pertença a uma família jaina. A pessoa que quer fazer o voto de renúncia (diksha), deve viver na companhia de monges ou freiras e durante esse período deve fazer o voto de bramacharya (manter a pureza sexual). O iniciado passa por uma preliminar, exigida pelo monge superior, antes da cerimônia de consagração. No dia de sua consagração ele tem que fazer jejum completo. Para a cerimônia ele se veste com belas roupas e ornamentos e é levado em carruagem - ou um elefante - em procissão. Toda a comunidade participa. O iniciado pode lançar moedas em todas as direções, num gesto simbólico, indicando que está distribuindo sua riqueza. Então, seu mestre (acharya) arranca os cabelos de sua cabeça. E logo a seguir lhe é dado o hábito de monge e um novo nome que deve terminar em "Suri" ou "Vijaya". Quando termina esse ritual, o candidato já está habilitado a viver numa ordem de monges. No dia seguinte, é comum, ele visitar sua antiga família para esmolar sua primeira refeição.
Quando monges e monjas Svetambaras atingem uma idade bastante avançada e sua existência se torna um fardo (devido a doença terminal ou total incapacidade física), ele opta por praticar sallekhana (ou santhara), isto é, ele rejeita alimento e água até a morte. Durante esse período, o monge é cercado pelos membros da comunidade que não o abandonam em nenhum momento. Depois que o corpo morre vestem-no com roupas limpas e o colocam num ataúde. Este é transportado em procissão pelas ruas com grande pompa e alegria. À noite, o cadáver é colocado em um barco de madeira em forma de crescente e queimado com grandes quantidades de ghee (um tipo manteiga). Esse ritual simboliza que o monge cruzou o oceano da vida.
monjas Svetambaras
A seguir descreveremos a rotina de freiras em um monastério em Surat. Com, pequenas e não tão pequenas diferenças, dependendo da seita, o dia a dia das monjas Svetambaras é, mais ou menos, assim:
O texto a seguir foi extraído de uma página - indiana- da internet:
"As freiras acordam pouco depois das 4 horas da manhã. Lavam-se, dizem suas orações de frente para o leste ou para o norte e procuram se arrepender de todos os pensamentos, palavras e atos que possam ter atentado contra os cinco votos durante a noite. Em seguida, cumprimentam a monja superiora, a qual discrimina as tarefas que têm que fazer: colocar a cama em ordem, remover a poeira do quarto, etc. Após as tarefas, recitam o Namokar Mantra e fazem reverência a mestra superiora; ao final, todas, reverenciam a imagem do Tirthankara situado no altar de "puja" (adoração).
Depois, cada freira decide que tipo de voto ou abstinência fará aquele dia. Por exemplo: não comer alimentos com sal ou açúcar, não tomar nenhum tipo de líquido, não falar, etc. Em seguida vão ao templo cultuar o jina e pedir comida nas casas. É recomendado às freiras que não peçam alimentos em casas onde haja mulheres grávidas, em casas de famílias muito pobres, em casas onde haja animais (pois os restos de comida devem ser dados a eles). Na maioria das vezes, as freiras comem juntas depois de voltar para ao mosteiro. Nenhum alimento ou água que trazem das casas é desperdiçado. Depois da refeição as freiras podem lavar suas roupas, escrever cartas, ler livros religiosos, falar com os hóspedes, bordar panos com símbolos auspiciosos.
A tarde, mais ou menos as 4 horas e 30 minutos elas saem, novamente, para pedir comida. Monges e monjas jainas não comem, nem bebem líquidos, inclusive água, depois do por do sol. Após essa refeição, as freiras visitam uma segunda vez o templo para refletir e meditar.
Os monges e monjas Svetambaras, muitas vezes, saem para peregrinações; viajam para lugares santos importantes e nesses períodos alojam-se em templos (Upashraya). Durante os meses de monção ele permanecem em um só lugar. Para isso eles são ajudados pela comunidade de leigos jainas, que os convida, formalmente, através de convites escritos e belamente adornados."
Muitos monges e monjas Svetambaras, mesmo depois de cumprir essa rotina, ainda se dispõe a escrever obras filosóficas, históricas e poéticas. Para se torna um monge Svetambara um aspirante há que, ter no mínimo 8 anos de idade e deve pedir o consentimento do seus pais para isso. Para ser aceito não pode ter dívidas financeiras, nem estar sendo acusado, pela lei, de alguma infração. Não é necessário que ele pertença a uma família jaina. A pessoa que quer fazer o voto de renúncia (diksha), deve viver na companhia de monges ou freiras e durante esse período deve fazer o voto de bramacharya (manter a pureza sexual). O iniciado passa por uma preliminar, exigida pelo monge superior, antes da cerimônia de consagração. No dia de sua consagração ele tem que fazer jejum completo. Para a cerimônia ele se veste com belas roupas e ornamentos e é levado em carruagem - ou um elefante - em procissão. Toda a comunidade participa. O iniciado pode lançar moedas em todas as direções, num gesto simbólico, indicando que está distribuindo sua riqueza. Então, seu mestre (acharya) arranca os cabelos de sua cabeça. E logo a seguir lhe é dado o hábito de monge e um novo nome que deve terminar em "Suri" ou "Vijaya". Quando termina esse ritual, o candidato já está habilitado a viver numa ordem de monges. No dia seguinte, é comum, ele visitar sua antiga família para esmolar sua primeira refeição.
Quando monges e monjas Svetambaras atingem uma idade bastante avançada e sua existência se torna um fardo (devido a doença terminal ou total incapacidade física), ele opta por praticar sallekhana (ou santhara), isto é, ele rejeita alimento e água até a morte. Durante esse período, o monge é cercado pelos membros da comunidade que não o abandonam em nenhum momento. Depois que o corpo morre vestem-no com roupas limpas e o colocam num ataúde. Este é transportado em procissão pelas ruas com grande pompa e alegria. À noite, o cadáver é colocado em um barco de madeira em forma de crescente e queimado com grandes quantidades de ghee (um tipo manteiga). Esse ritual simboliza que o monge cruzou o oceano da vida.
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