ESCRAVIDÃO É A SUA ESCOLHA?
Prédica de Pujya Gurudevshri Rakeshbhai
Pujya Gurudevshri Rakeshbhai
Todos nós estamos muito familiarizados com o nosso mundo externo. No entanto, existe um outro horizonte, um outro âmbito completamente desconhecido em nosso interior: o da Consciência Pura. O mundo exterior sendo perceptível significa tudo para nós. Estamos tão envolvidos com ele que não temos nenhuma relação com a consciência interna. Por que estamos tão ligados ao mundo que nos rodeia, a ponto de permanecermos alheios a divindade que existe dentro de cada um de nós?
O Que Causa a Sujeição
Uma vez um casarão pegou fogo. O proprietário ficou desconsolado. Como não parava de lamentar-se, alguém aproximou-se e disse: "Você não precisa se preocupar. Ainda ontem o seu filho vendeu esta casa". No mesmo instante, o dono do imóvel parou de chorar. A mansão ainda estava em chamas, no entanto ele não estava mais triste. O que havia mudado? Agora ele sentia de outra maneira: "A casa não é mais minha". Anteriormente, ele se sentia miserável, não porque o casarão estava queimando, mas porque o "seu" casarão estava queimando. Agora não fazia a mínima diferença se tudo aquilo estava pegando fogo ou não. Exatamente naquele momento o seu filho veio correndo e o alertou que, embora o acordo de venda estava assegurado, o dinheiro ainda não tinha sido recebido; e uma vez que ocorreu o incêndio no imóvel, não havia garantia de que o comprador pagaria. Diante disso o proprietário começou a chorar novamente.
O que nos liga ao mundo exterior é o nosso sentimento de "isso é meu" - a extensão do nosso ego. "Minha esposa", "meu filho", "meu amigo", "minha casa". Onde que que haja apego, há sempre escravidão.
Quanto maior o apego ao mundo exterior, mais forte é a escravidão. Sem darmos conta disso, acreditamos que quanto mais uma pessoa reivindica como sendo "suas" pessoas e coisas, mais feliz e mais bem sucedida ela é; e, ao contrário, uma pessoa que nada possui, ou tem poucas coisas que pode chamar de "suas", é considerada infeliz ou fracassada.
Temos essa reação, nos iludimos, até mesmo, com novelas de televisão ou com filmes projetados em uma tela. Um filme é apenas um jogo de luz e sombra. Ele não é real, porém nós esquecemos isso e nos identificamos com as cenas. Meras projeções nos enganam. Cenas irreais trazem lágrimas reais aos nossos olhos. Da mesma forma, nós nos deixamos levar por aquilo que vemos em nossos sonhos. Os sonhos não são reais; são apenas projeções. Um sonho de morte, por exemplo, produz sofrimento real; aumenta as palpitações cardíacas, quando, na realidade, ninguém morreu.
Se podemos ficar presos, até mesmo, a um drama teatral, a um filme ou a um sonho, então, mais fácil é ficarmos apegados e amarrados a fatos reais da vida. Nós criamos nossa própria servidão por ficarmos atados ao mundo que encontramos. Este hábito de ligação é tão forte que podemos renunciar à nossa própria casa e nos retirarmos para uma floresta ou uma comunidade de ascetas, mas, ainda assim criaremos servidão por onde passarmos. Na floresta, certamente, desenvolveremos apego a uma caverna; na comunidade de ascetas nos afeiçoaremos a este ou aquele.
Muitas pessoas vêm a mim e dizem: "Estou muito interessado em assistir às oficinas de meditação que você realiza, mas o que posso fazer? Meu negócio me segura. Meus deveres e compromissos me impedem...". E eu começo a me perguntar: "Por que nos acorrentamos? Por que não podemos perceber a simples verdade de que nós somos os criadores de nossa própria escravidão? Por que culpar os outros? Ninguém amarra ninguém, porque ninguém pode amarrar o outro. Somente aqueles que gostam de estar no cativeiro se escravizam. Se você gosta de estar atado você sempre encontrará um poste para sentir-se preso.
Suponhamos que eu pendure o casaco em um bengaleiro e, em seguida, exclame aborrecidamente: "Este gancho pendurou meu casaco.". As pessoas me chamarão de louco. Eles dirão que eu retire o casaco do cabide, pois ele não me forçou a pendurá-lo. Fui eu que quis colocá-lo lá. Da mesma forma o mundo não nos escraviza; somos nós que queremos estar presos a ele. Se nos desprendermos do mundo estaremos livres para nos voltar para dentro de nós mesmos; entenderemos que o apego, o "querer" estar amarrado - é isso que nos prende. Nada mais.
Portanto, o mundo não escraviza ninguém. É você que se acorrenta. Você é o único responsável por sua escravidão; a causa dela é você. Como pode uma casa aprisionar você? Como pode o seu cônjuge e filhos amarrá-lo? Na verdade, você se torna escravo de sua própria vontade. Você deseja ser um escravo, por isso você é escravizado e sofre.
Uma vez assim, é essencial entendermos, claramente a natureza da escravidão e sua causa raiz. Se isso for compreendido você poderá perceber exatamente o que deve ser abandonado. Observando atentamente, compreenderá e reconhecerá cada item que o mantem cativo; descobrirá quando, onde e como essa forma de apego (à alguém ou à alguma coisa) o aprisionou. Com essa consciência será mais fácil romper com tudo isso e experimentar a sua verdadeira natureza, a Consciência Pura.
Que todos os seres percebam a causa da escravidão, embarquem na jornada interior e alcancem a liberdade eterna.
O que nos liga ao mundo exterior é o nosso sentimento de "isso é meu" - a extensão do nosso ego. "Minha esposa", "meu filho", "meu amigo", "minha casa". Onde que que haja apego, há sempre escravidão.
Quanto maior o apego ao mundo exterior, mais forte é a escravidão. Sem darmos conta disso, acreditamos que quanto mais uma pessoa reivindica como sendo "suas" pessoas e coisas, mais feliz e mais bem sucedida ela é; e, ao contrário, uma pessoa que nada possui, ou tem poucas coisas que pode chamar de "suas", é considerada infeliz ou fracassada.
O Hábito do Apego
Apego leva a escravidão e isso leva a miséria. Por incrível que pareça, nós criamos apego até mesmo por causa de um drama visto no teatro. Por exemplo, no enredo da peça teatral "Ramleela", há uma cena do rapto de Sitaji. Quando assistimos Shri Rama em agonia, ficamos tão identificados com a história, com os personagens e as emoções envolvidas que quando ele é visto ansiando por Sitaji e pedindo as árvore: "Você sabe onde minha Sita está?", isso nos leva às lágrimas. Nós esquecemos, completamente, que tudo aquilo é apenas uma ficção, uma peça teatral e que "Sita" é apenas uma atriz e que, naquele momento, está atrás da cortina, provavelmente, tomando um cafezinho no camarim.Temos essa reação, nos iludimos, até mesmo, com novelas de televisão ou com filmes projetados em uma tela. Um filme é apenas um jogo de luz e sombra. Ele não é real, porém nós esquecemos isso e nos identificamos com as cenas. Meras projeções nos enganam. Cenas irreais trazem lágrimas reais aos nossos olhos. Da mesma forma, nós nos deixamos levar por aquilo que vemos em nossos sonhos. Os sonhos não são reais; são apenas projeções. Um sonho de morte, por exemplo, produz sofrimento real; aumenta as palpitações cardíacas, quando, na realidade, ninguém morreu.
Se podemos ficar presos, até mesmo, a um drama teatral, a um filme ou a um sonho, então, mais fácil é ficarmos apegados e amarrados a fatos reais da vida. Nós criamos nossa própria servidão por ficarmos atados ao mundo que encontramos. Este hábito de ligação é tão forte que podemos renunciar à nossa própria casa e nos retirarmos para uma floresta ou uma comunidade de ascetas, mas, ainda assim criaremos servidão por onde passarmos. Na floresta, certamente, desenvolveremos apego a uma caverna; na comunidade de ascetas nos afeiçoaremos a este ou aquele.
Você Escolheu a Escravidão
O homem é muito inteligente. Ele joga a responsabilidade de seu cativeiro e o consequente sofrimento nos outros. Ele cria seu próprio cativeiro, mas joga a culpa sobre a esposa, o filho, os seus negócios, etc. No entanto, as coisas externas são incapazes de qualquer ligação. Escravidão é uma escolha nossa. Somos escravos do mundo exterior porque queremos ser. Ninguém pode nos escravizar se não quisermos ser escravos. Nós escolhemos permanecer atados ao mundo exterior e, por isso, estamos nele.Muitas pessoas vêm a mim e dizem: "Estou muito interessado em assistir às oficinas de meditação que você realiza, mas o que posso fazer? Meu negócio me segura. Meus deveres e compromissos me impedem...". E eu começo a me perguntar: "Por que nos acorrentamos? Por que não podemos perceber a simples verdade de que nós somos os criadores de nossa própria escravidão? Por que culpar os outros? Ninguém amarra ninguém, porque ninguém pode amarrar o outro. Somente aqueles que gostam de estar no cativeiro se escravizam. Se você gosta de estar atado você sempre encontrará um poste para sentir-se preso.
Suponhamos que eu pendure o casaco em um bengaleiro e, em seguida, exclame aborrecidamente: "Este gancho pendurou meu casaco.". As pessoas me chamarão de louco. Eles dirão que eu retire o casaco do cabide, pois ele não me forçou a pendurá-lo. Fui eu que quis colocá-lo lá. Da mesma forma o mundo não nos escraviza; somos nós que queremos estar presos a ele. Se nos desprendermos do mundo estaremos livres para nos voltar para dentro de nós mesmos; entenderemos que o apego, o "querer" estar amarrado - é isso que nos prende. Nada mais.
Portanto, o mundo não escraviza ninguém. É você que se acorrenta. Você é o único responsável por sua escravidão; a causa dela é você. Como pode uma casa aprisionar você? Como pode o seu cônjuge e filhos amarrá-lo? Na verdade, você se torna escravo de sua própria vontade. Você deseja ser um escravo, por isso você é escravizado e sofre.
O Entendimento Leva a Libertação
Se tomarmos conhecimento do fato de que somos nós os criadores de nossa escravidão, então ficaremos com apena uma pergunta: "Se eu não quero a escravidão por que não posso eliminar a causa do cativeiro e libertar-me?" A mente aqui entra com um outro truque. Quando percebemos que estamos na escravidão nós procuramos fazer mudanças externas, mas não abandonar o hábito de criar mais escravidão, de criar outras formas de nos manter acorrentados. Por exemplo, cansado de ser um homem de negócios me oferecem para trabalhar numa comunidade de monges; aceito e, por final, acabo me apegando a tudo aquilo - pessoas, lugares, etc. Assim o sentimento de apego permanece intacto, apenas as coisas e os seres mudaram. Em outras palavras, as pessoas e o cenário mudaram, não eu. Ao alterar os objetos de apego, nós, meramente, nos iludimos que nos transformamos, que não somos mais escravos.Uma vez assim, é essencial entendermos, claramente a natureza da escravidão e sua causa raiz. Se isso for compreendido você poderá perceber exatamente o que deve ser abandonado. Observando atentamente, compreenderá e reconhecerá cada item que o mantem cativo; descobrirá quando, onde e como essa forma de apego (à alguém ou à alguma coisa) o aprisionou. Com essa consciência será mais fácil romper com tudo isso e experimentar a sua verdadeira natureza, a Consciência Pura.
Que todos os seres percebam a causa da escravidão, embarquem na jornada interior e alcancem a liberdade eterna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário